Menos de 12 horas após o início da paralisação dos comissários de bordo da Air Canada, o governo canadense solicitou neste sábado (16.ago.2025) que o Conselho de Relações Industriais do Canadá obrigue os mais de 10 mil funcionários em greve a retomar suas atividades.
A ministra do Trabalho, Patty Hajdu, enviou orientação formal ao órgão para que imponha arbitragem vinculativa e prorrogue as cláusulas do contrato coletivo atualmente em vigor até que um novo acordo seja definido. Segundo a ministra, “ficou claro que esta disputa não será resolvida na mesa de negociações” e a paralisação já afeta “rapidamente a economia do país”.
A greve começou na madrugada de sábado depois de fracassarem as negociações salariais entre o Sindicato Canadense de Funcionários Públicos (CUPE) – que representa a categoria – e a maior companhia aérea do país. Manifestações ocorreram em Montreal, enquanto a empresa cancelou cerca de 700 voos diários, impactando aproximadamente 130 mil passageiros em plena temporada de férias de verão.
Em publicação no Facebook, confirmada por porta-voz, o sindicato afirmou que “a greve segue ativa” e criticou a decisão do governo por, segundo a entidade, “esmagar os direitos dos trabalhadores e recompensar a Air Canada”.
O pedido de intervenção amplia o uso de um mecanismo legal controverso que autoriza o governo a agir para “garantir a paz industrial” direcionando o conselho trabalhista. A medida já foi contestada nos tribunais e é vista por sindicatos como um enfraquecimento da negociação coletiva, pois permitiria às empresas contar com a intervenção estatal.
Imagem: redir.folha.com.br
Não há previsão para a retomada dos voos. Em disputas recentes envolvendo trabalhadores ferroviários e os correios, o conselho atendeu a solicitações similares do governo em poucos dias.
Air Canada e Conselho de Relações Industriais não responderam aos pedidos de comentário.