Depoimentos de auditor preso por fraude no ICMS e da mãe são adiados pelo MP-SP

Mercado Financeiro2 minutos atrás6 pontos de vista

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São Paulo – O Ministério Público de São Paulo adiou os depoimentos do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, preso na Operação Ícaro, e de sua mãe, Kimio Mizukami da Silva, ambos suspeitos de participação em um esquema de manipulação de créditos de ICMS.

As oitivas estavam marcadas para quarta-feira (20), mas não há nova data definida. Segundo pessoas ligadas à investigação, os advogados pediram o cancelamento da audiência para examinar melhor o processo, procedimento considerado comum nesta fase.

Silva Neto está preso desde 12 de agosto, quando a Operação Ícaro foi deflagrada. Na sexta-feira (15), o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, foram liberados mediante fiança de R$ 25 milhões cada e uso de tornozeleira eletrônica.

Os promotores aguardam para esta terça-feira (19) o depoimento presencial de Gomes na sede do MP.

Patrimônio da mãe chama atenção

Kimio Mizukami da Silva, 73 anos, sócia formal da consultoria tributária Smart Tax, não foi detida. Seu patrimônio declarado passou de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023, parte em criptomoedas. Investigadores apontam a Smart Tax como empresa de fachada usada para lavagem de dinheiro e recebimento de propina.

Como funcionaria o esquema

A Operação Ícaro apura ressarcimentos ilegais de ICMS retido por substituição tributária a redes varejistas. De acordo com o MP, Silva Neto atuava dentro da Secretaria da Fazenda paulista, orientava executivos, elaborava documentos e acelerava análises para liberar créditos fiscais, além de autorizar transferências para outras empresas.

Linha do tempo da investigação

2013 – Artur e Kimio fundam a Smart Tax Consultoria e Auditoria Tributária; pouco depois, ele deixa formalmente a sociedade.

2021 – A empresa inclui “consultoria e auditoria tributária” em seu objeto social. Começam, segundo o MP, trocas de e-mails e mensagens entre o auditor e executivos da Fast Shop sobre ressarcimento de ICMS-ST.

Depoimentos de auditor preso por fraude no ICMS e da mãe são adiados pelo MP-SP - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

2022 – Silva Neto passa a elaborar documentos para a varejista, revisar contratos de cessão de créditos e intervir na Sefaz para acelerar deferimentos. Pagamentos da Fast Shop à Smart Tax são registrados como honorários.

2023 – É fechado contrato que prevê R$ 204,6 milhões à Smart Tax em 11 parcelas. O mesmo modelo teria sido oferecido a Ultrafarma, Allmix, Rede 28 e Oxxo. Kimio declara patrimônio de R$ 2 bilhões.

Início de 2024 – Reuniões presenciais e virtuais entre Silva Neto, diretores da Fast Shop e representantes da Smart Tax prosseguem.

Julho de 2025 – Com base em indícios de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o MP pede a prisão temporária de Silva Neto, Sidney Oliveira e Mário Otávio Gomes.

Agosto de 2025 – Os três são presos no dia 12; Sidney Oliveira e Gomes são soltos no dia 15 mediante fiança. As prisões dos dois auditores fiscais permanecem válidas.

Consultado, o advogado de Silva Neto, Paulo Bueno, não comentou o adiamento das oitivas. A defesa de Kimio não foi localizada.

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