Crise na CPI do INSS expõe fragilidade da base governista e ameaça agenda econômica

Mercado Financeiro5 minutos atrás6 pontos de vista

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Brasília enfrenta novo foco de tensão política menos de quinze dias após o motim de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. A escolha de parlamentares da oposição para comandar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, vista como traição aos presidentes da Câmara e do Senado, abriu caminho para um segundo semestre de alta instabilidade às vésperas do ano eleitoral.

A articulação que garantiu o controle da CPI aos oposicionistas sinaliza que o governo não terá maioria fácil em futuras votações. O Planalto, que concentrava esforços em contornar o tarifaço aplicado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, acreditava ter a situação da CPI sob controle. Agora, além da pressão na comissão, o Executivo tenta recolocar em pauta dois projetos destinados a regular as big techs.

Risco à pauta econômica

Com agenda legislativa enxuta, o governo corre para aprovar o projeto do líder Jaques Wagner (PT-BA) que libera R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas pela sobretaxa norte-americana. Sem a votação, os empréstimos não podem ser concedidos, conforme alertou o secretário Uallace Moreira, da equipe do vice-presidente Geraldo Alckmin.

O avanço da CPI também retirou da ordem do dia a PEC dos Precatórios no Senado, considerada essencial para o equilíbrio fiscal de 2026. Outro tema parado é o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000, previsto como contrapartida ao imposto mínimo sobre grandes fortunas.

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Imagem: redir.folha.com.br

Lideranças partidárias preveem ainda a desidratação da Medida Provisória 1.303, que trata de compensações após o recuo no alcance da alta do IOF. Hugo Motta (Republicanos-PB), que buscava retomar as votações e não demonstra interesse na CPI, perdeu fôlego na Câmara. A dúvida é quanto o governo conseguirá liberar em emendas até dezembro para destravar as matérias prioritárias.

Nos bastidores, integrantes do centrão avaliam que a celebração de derrotas econômicas pode isolar ainda mais o grupo bolsonarista, mas destacam que o impasse na CPI do INSS mantém o Congresso em temperatura elevada e ameaça comprometer medidas consideradas urgentes para o país.

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