Investidores brasileiros falham ao priorizar CDI e ignorar diversificação, alertam executivos da XP e Jubarte

Estratégias de investimento5 dias atrás15 pontos de vista

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Excesso de confiança no CDI, horizonte de investimento curto e baixa diversificação continuam entre os principais deslizes dos aplicadores no país, afirmaram Artur Wichmann, CIO da XP Inc., e Eduardo Camara Lopes, CIO da Jubarte Capital, no episódio mais recente do podcast Outliers, gravado durante a Expert XP.

“O investidor é remunerado para ser resiliente à volatilidade”, disse Wichmann, acrescentando que grandes patrimônios são construídos pela consistência ao longo de décadas. Ele listou três erros recorrentes: foco excessivo no CDI como “ativo protetor”, prazos muito curtos para as aplicações e pouca diversificação. O executivo lembrou que o CDI registrou perdas nas crises de 2015-2016 e durante a pandemia de Covid-19, contrariando a visão de proteção absoluta.

Lopes reforçou o diagnóstico ao destacar a falta de diversificação geográfica. Para ele, manter todo o capital no mercado doméstico faz o investidor perder altas em outras regiões e o expõe aos ciclos típicos da economia brasileira. “A Bolsa está barata desde 2021, mas não é classe para carregar o tempo todo”, afirmou, criticando o comportamento “muito trader e pouco investidor” visto no país.

Na Jubarte, a orientação é clara: alocação internacional é a melhor defesa contra grandes quedas. Diversificar, segundo o gestor, significa comprar ETFs e ativos globais de diferentes classes de risco, não apenas trocar reais por um CDB em dólar.

Estados Unidos seguem na liderança da inovação

Ao abordar tendências globais, Lopes argumentou que os EUA continuam como principal polo de tecnologia. Ele comparou a idade média das cinco maiores empresas dos principais índices: 36 anos no S&P 500, 77 anos no DAX alemão e 117 anos no CAC 40 francês. Esse rejuvenescimento constante, disse, resulta da flexibilidade econômica e cultural norte-americana, responsável por avanços como a inteligência artificial e, no futuro, o computador quântico.

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Imagem: infomoney.com.br

Wichmann concordou, atribuindo o “excepcionalismo” norte-americano ao dinamismo microeconômico e à “destruição criadora” defendida por Schumpeter.

Primeiros passos fora do Brasil

Para quem ainda não investe no exterior, Wichmann foi direto: “Just do it”. A recomendação é iniciar com um percentual pequeno, adequado ao perfil de risco, observar a volatilidade e aumentar gradualmente a exposição. Ele lembrou que o Brasil responde por menos de 1% do mercado mundial de capitais, embora concentre mais de 98% do dinheiro dos investidores locais.

Lopes citou o ETF do S&P 500 como porta de entrada simples e eficiente. Além de buscar retorno, afirmou, XP e Jubarte veem como missão educar o investidor brasileiro sobre a importância da diversificação global.

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