Agronegócio foi base para criação da Festa do Peão de Barretos, que chega à 70ª edição

Mercado Financeiro30 minutos atrás6 pontos de vista

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Barretos (SP) — Antes mesmo de o termo “agronegócio” ganhar força, a atividade pecuária já pavimentava o caminho para o surgimento da Festa do Peão de Barretos, que completa 70 edições em 2025.

O primeiro evento oficial ocorreu em agosto de 1956, mas as montarias na cidade, localizada a 423 km da capital paulista, começaram em 1947, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Naquele ano, provas de cavalos foram incluídas na programação de uma quermesse e marcaram o que é considerado o primeiro rodeio registrado no país.

Passagem de boiadas impulsionou tradição

Barretos era ponto obrigatório para as comitivas que transportavam gado entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Desde 1913, o frigorífico Anglo já operava no município, atraindo peões que conduziam até 1.500 cabeças de gado pelo “estradão”.

Em paradas conhecidas como pontos de pouso, os trabalhadores descansavam, tocavam viola e promoviam disputas de montaria como forma de lazer. “Os peões chegavam após 40 ou 50 dias de viagem, recebiam o pagamento e buscavam diversão”, lembra Mussa Calil Neto, ex-presidente da associação Os Independentes e atual vice-prefeito.

Para concentrar os festejos, a prefeitura realizou, no recinto Paulo de Lima Corrêa, um evento em 1947. Essa iniciativa é vista como o embrião das cerca de 2.000 festas de peão espalhadas hoje pelo Brasil.

Nasce a Festa do Peão

Os Independentes foi criada em julho de 1955, em uma mesa de bar. Pouco mais de um ano depois, sob a lona de um circo instalado no mesmo recinto, ocorreu a primeira edição oficial da Festa do Peão.

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Imagem: redir.folha.com.br

Pecuária perde espaço para a cana, mas gado fica

Empresas como Minerva e JBS ainda mantêm unidades ligadas a frigoríficos em Barretos, porém o transporte de animais em caminhões substituiu as antigas caminhadas pelos estradões, que provocavam perda de peso e fuga de cabeças.

Segundo o secretário municipal de Agricultura, Marcelo Pereira, o rebanho local passou de 58 mil cabeças, em 2007, para 56 mil atualmente. No mesmo período, a área destinada à pecuária caiu de 54% para 10,46% do território agricultável, evidenciando o avanço do confinamento: 32.830 animais (60% do total) estão hoje nesse sistema.

Em sentido oposto, a lavoura de cana-de-açúcar saltou de 27% para 80,23% da área utilizada na zona rural do município.

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