Bancos brasileiros fazem balanço do 2T25: Itaú e BTG lideram lucros, Banco do Brasil despenca

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O segundo trimestre de 2025 expôs contrastes entre os principais bancos do país. Levantamento da consultoria Elos Ayta mostra que o lucro consolidado dos cinco maiores bancos listados somou R$ 27,98 bilhões, recuo de 5,6% em 12 meses e de 8,1% em relação aos três primeiros meses do ano. Enquanto as instituições privadas registraram avanços expressivos, o Banco do Brasil puxou o resultado para baixo com forte queda no lucro.

Itaú Unibanco (ITUB4)

Líder do setor, o Itaú anotou lucro recorde de R$ 11,28 bilhões, alta de 14% em um ano e equivalente a mais de 40% do ganho total do sistema. A instituição elevou o guidance, sustentada pelo crescimento da margem financeira com clientes e pelo controle da inadimplência. Na B3, o papel acumula valorização de 31% em 2025. A Genial Investimentos vê preço-alvo de R$ 43,80 (potencial de 22%), e o Safra estima lucro anual de R$ 46 bilhões.

Bradesco (BBDC4)

Após trimestres fracos, o banco apresentou lucro de R$ 6,07 bilhões, avanço de 28,6% e melhor segundo trimestre desde 2021. A margem com clientes atingiu recorde, impulsionada por maior volume de crédito e melhor mix de carteira, enquanto receitas de serviços cresceram com cartões, gestão de ativos e mercado de capitais. O Safra mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 21 (34% de upside).

BTG Pactual (BPAC11)

O BTG registrou o melhor resultado de sua história: lucro de R$ 4,2 bilhões, salto de 42% e 13% acima das projeções da Bloomberg. O ROE avançou quatro pontos, para 27%. Todas as linhas de receita subiram entre 15% e 40% na comparação anual. Analistas, porém, questionam a repetição do desempenho devido à volatilidade das áreas de banco de investimento e Sales & Trading.

Nubank (ROXO31)

A fintech surpreendeu com lucro líquido de US$ 637 milhões e ROE de 28%. A NIM no Brasil melhorou 0,20 ponto percentual e a inadimplência seguiu controlada. Os números superaram as estimativas do Itaú BBA em 12% e do Safra em 6%. Os recibos do banco subiram mais de 10% em Nova York no dia seguinte à divulgação.

Inter (INTR31)

O Inter registrou lucro recorde de R$ 315 milhões, crescimento de 50% e ROE de 13,9%. Os BDRs avançaram até 12% após o balanço. O BTG elevou a recomendação para compra, com preço-alvo de R$ 45, e projeta lucro de R$ 1,4 bilhão em 2025.

Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br

Banco do Brasil (BBAS3)

Maior decepção do trimestre, o Banco do Brasil viu o lucro encolher 60%, para R$ 3,8 bilhões, e o ROE cair para 8%. A inadimplência no agronegócio subiu 1,40 ponto percentual, atingindo também a carteira corporativa. Embora tenha mantido a projeção de lucro anual entre R$ 21 e R$ 25 bilhões, analistas colocam o guidance em dúvida.

Santander Brasil (SANB11)

O Santander reportou lucro de R$ 3,6 bilhões, queda de 5% frente ao trimestre anterior. A margem financeira ajustada ao risco recuou 6% e as provisões aumentaram 7%. O BTG classificou o desempenho como “fracasso”, citando volumes fracos e deterioração da carteira de pequenas e médias empresas. O mercado reagiu negativamente aos números.

Com desempenhos tão distintos, o 2T25 reafirmou a distância entre bancos que sustentam ritmo de expansão e aqueles que enfrentam desafios de qualidade de crédito e rentabilidade.