São Paulo – A ausência de planejamento sucessório pode colocar em risco a continuidade e o patrimônio de empresas familiares brasileiras quando um dos sócios morre, alerta o planejador financeiro Michael Viriato.
De acordo com o especialista, a prática de contratar seguro de vida vinculado a acordos de compra e venda de participação – os chamados “buy-sell agreements” – é consolidada em mercados como os Estados Unidos, mas ainda engatinha no Brasil. Nesse modelo, o seguro garante recursos imediatos para que os herdeiros sejam indenizados, permitindo aos sócios remanescentes manter o controle da companhia sem recorrer ao caixa do negócio.
Na avaliação de Viriato, cônjuges ou filhos que herdam cotas muitas vezes não possuem conhecimento ou interesse para administrar a operação. Esse cenário, afirma ele, abre espaço para disputas familiares, queda de produtividade e até falência.
O seguro de vida, segundo o especialista, define previamente o valor da empresa enquanto todos os sócios estão vivos, evita litígios sobre avaliação de ativos e protege ambas as partes: os herdeiros recebem a indenização de forma rápida e os gestores seguem à frente da empresa.
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Embora o uso de apólices individuais esteja ganhando espaço no país, o planejamento sucessório empresarial permanece limitado. Para Viriato, a cultura de tratar o tema com antecedência é fundamental para preservar o trabalho de décadas e garantir a continuidade dos negócios familiares.