O JPMorgan Chase inicia em 25 de agosto a mudança para sua nova sede, no número 270 da Park Avenue, em Nova York. O arranha-céu de 60 andares, 232 mil metros quadrados e 423 metros de altura consumiu sete anos de obras e cerca de US$ 3 bilhões, tornando-se o edifício corporativo mais alto de Midtown Manhattan e um símbolo do domínio do banco sob a gestão de Jamie Dimon, presidente-executivo há 19 anos.
Projetada pelo escritório Foster + Partners, a torre de vidro afunila à medida que sobe, remetendo a crescimento contínuo. Estruturas de energia e água garantem funcionamento por vários dias em caso de blecautes ou seca, enquanto leitores biométricos controlam o acesso — o uso de impressões digitais é opcional.
O prédio abriga uma praça de alimentação com 19 restaurantes, serviço de entrega nas mesas, pub exclusivo batizado de Morgans, consultório médico completo, academia avançada (com cobrança extra para alguns serviços) e loja permanente de produtos da marca. Sistemas de iluminação guiados por inteligência artificial ajustam a intensidade conforme o ritmo circadiano, e os ambientes recebem três vezes mais ar fresco que o padrão.
Quando estiver totalmente ocupado, o novo 270 Park Avenue acomodará 10 mil dos 317 mil funcionários globais do JPMorgan. A antiga sede, erguida nos anos 1950 para 3.500 pessoas, abrigava mais de 6.000 antes de ser demolida em 2021.
Embora alguns empregados tenham sido informados de que continuarão em outros endereços da empresa em Manhattan, todos poderão usar as comodidades do novo edifício. O banco também reforma o imóvel da 383 Madison Avenue e avalia instalar quartos de hotel na torre de 250 Park Avenue, adquirida no ano passado — possibilidade não confirmada oficialmente.
Com valor de mercado aproximado de US$ 800 bilhões — soma equivalente a Bank of America, Wells Fargo e Citigroup juntos —, o JPMorgan detém US$ 4 trilhões em ativos. No ano passado, superou pela primeira vez a marca de US$ 1 bilhão em lucro semanal, gerando ganhos trimestrais que igualam o faturamento anual do Goldman Sachs.
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Dimon, que ingressou no grupo em 2004 após a compra do Bank One, construiu um banco considerado duas vezes mais lucrativo que o Bank of America, seu principal concorrente no varejo. Durante a cerimônia de conclusão da estrutura, ele definiu a nova sede como “uma bela manifestação física” da companhia.
Na história de Wall Street, sedes suntuosas já precederam períodos de turbulência. O Bear Stearns, por exemplo, inaugurou novo endereço sete anos antes de ser socorrido justamente pelo JPMorgan em 2008. Questionado sobre o tema quando o projeto foi anunciado em 2018, Dimon brincou: “É nessa hora que você deveria vender as ações”.
Com a entrada dos primeiros trabalhadores nos próximos dias, o 270 Park Avenue passa a integrar o legado arquitetônico e financeiro do maior banco dos Estados Unidos.