COSTA MESA, EUA – A empresária e comissária municipal Shayanne Wright, de 35 anos, afirma ter sido exposta sem consentimento enquanto amamentava a filha de sete meses em um voo noturno da British Airways realizado em junho.
De acordo com Wright, que viajava sozinha na classe executiva em um trajeto de longa distância, o incidente ocorreu durante o serviço de bordo. Ela relata ter informado a tripulação, antes da distribuição das refeições, que colocaria o bebê para dormir ao peito e preferia receber a comida depois. O pedido, porém, teria sido negado.
Segundo a passageira, no momento da refeição, um comissário tocou repetidamente sua perna para chamá-la. “Estendi a mão para que ele se afastasse”, contou. “Sem pedir licença, ele levantou completamente minha capa de amamentação, acordou minha filha e me deixou com os seios à mostra. Em seguida, perguntou apenas: ‘Você quer sua refeição?’”.
Wright afirma ainda que o funcionário voltou a encostar em sua perna e tentou afivelar seu cinto de segurança sem autorização. “Havia um clima hostil e invasivo”, disse.
A passageira registrou queixa junto à British Airways, qualificando o episódio como assédio sexual. Em nota, a companhia declarou ter “investigado as alegações” e feito contato direto com a cliente “para resolver a questão”.
Wright contesta. Segundo ela, não houve pedido de desculpas; apenas ofertas de vale-presente — primeiro de US$ 250, depois de US$ 1.000. “Parecia que eu reclamava de um fone quebrado”, comentou, acrescentando ter ameaçado tomar medidas legais para receber atenção.
Imagem: Jasmine Baehr FOXBusiness via foxbusiness.com
Insatisfeita com a resposta, a mãe publicou seu relato no fórum r/breastfeeding, no Reddit. A postagem viralizou e superou 600 mil visualizações, com manifestações de apoio que incentivaram Wright a prosseguir com a denúncia.
A norte-americana ressalta que amamentar em público é garantido por lei nos Estados Unidos e no Reino Unido. A Transportation Security Administration (TSA) libera o transporte de leite materno fora do limite padrão de líquidos, e o Equality Act 2010 britânico protege o direito de nutrizes alimentarem seus filhos em locais públicos, incluindo aeronaves.
Embora o site da British Airways não traga política específica sobre o tema, a companhia informou à revista Condé Nast Traveler “acolher a amamentação a bordo” e transportar “milhares de bebês e famílias todos os anos”.
Após o ocorrido, Wright diz que não pretende voar novamente com a empresa. “Só porque alguém está amamentando não significa que você pode tocar nela, na capa ou no bebê”, declarou.