Governo vê México como destino alternativo para móveis, mármore e máquinas agrícolas após tarifas dos EUA

Mercado Financeiro10 minutos atrás6 pontos de vista

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Brasília – O governo brasileiro passou a considerar o México um mercado preferencial para móveis, mármore, máquinas agrícolas e equipamentos médico-odontológicos diante das tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos sobre esses produtos.

Dados da Apex-Brasil mostram que, em 2024, o México importou US$ 4,8 bilhões nessas quatro categorias, das quais o Brasil respondeu por apenas 3%. No mesmo período, exportadores brasileiros venderam US$ 455 milhões dos mesmos itens aos EUA, agora sujeitos às novas sobretaxas.

Segundo a agência, o México figura entre os dez principais mercados alternativos dentro de uma lista de 72 países capazes de absorver parte das exportações brasileiras afetadas pelo tarifaço norte-americano.

Balança bilateral

O comércio total entre Brasil e México soma US$ 13,6 bilhões. O país é atualmente o segundo maior destino das exportações brasileiras na América Latina, com destaque para veículos, soja, carne de frango e motores de pistão.

Missão oficial

Os números foram divulgados na véspera da viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México. Ele e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, serão recebidos pela presidente Claudia Sheinbaum e participarão de um fórum empresarial que reunirá 250 executivos dos dois países nesta quarta-feira (20).

A agenda inclui visitas a um centro de distribuição de alimentos, a um polo industrial e a uma instalação de pesquisa em biotecnologia. O encontro empresarial terá painéis sobre segurança alimentar, inflação e segmentos econômicos específicos.

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Imagem: redir.folha.com.br

Investimentos cruzados

Em 2023, o México liderou os investimentos latino-americanos diretos no Brasil, com estoque de US$ 15,5 bilhões — participação de empresas como Claro, Oxxo, Bimbo e Femsa. Do lado oposto, companhias brasileiras mantêm US$ 1,9 bilhão aplicado no mercado mexicano, com presença de Braskem, Weg e Eurofarma.

Pressão tarifária compartilhada

Assim como o Brasil, o México também é alvo das medidas protecionistas de Washington. Atualmente, carros mexicanos pagam sobretaxa de 25% para entrar nos EUA, enquanto aço, alumínio e cobre enfrentam tarifas de 50%. Uma tarifa geral adicional de 30% está suspensa por dois meses.

Com a perspectiva de redução de vendas ao mercado norte-americano, autoridades brasileiras veem oportunidade para ampliar a participação no fluxo comercial mexicano e mitigar os efeitos das barreiras impostas por Washington.

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