A Investo lançou nesta quarta-feira (27) o ARGE11, primeiro fundo de índice negociado no Brasil que acompanha o desempenho de companhias argentinas listadas em bolsas dos Estados Unidos.
O produto replica o MarketVector US Listed Argentina Index, carteira composta por 15 ADRs de empresas da Argentina que, juntas, somam valor de mercado aproximado de US$ 49,2 bilhões.
Segundo Cauê Mançanares, CEO da Investo, o objetivo é “capturar os efeitos de um novo ciclo de reformas na Argentina, voltado à disciplina fiscal, desregulamentação e abertura comercial”. O executivo destaca que o ETF oferece exposição a setores considerados estratégicos, com a liquidez e a transparência regulatória do mercado norte-americano.
Na B3 já existe um instrumento semelhante: desde abril, a Global X mantém um BDR que espelha um ETF estrangeiro focado em ações argentinas. A diferença é que o ARGE11 é estruturado diretamente como fundo de índice local, permitindo aplicação em reais.
Após um período de correções em 2024, investidores estrangeiros voltaram a olhar para o mercado argentino em meio aos ajustes econômicos que garantiram ao país superávit primário pelo sétimo mês seguido em julho.
Imagem: REUTERS via infomoney.com.br
Neste mês, o Itaú BBA afirmou ver oportunidades de valorização nos papéis negociados na Bolsa de Buenos Aires. Em agosto, o Morgan Stanley revisou sua carteira para América Latina e elevou a recomendação para a Argentina a overweight (exposição acima da média).
Apesar da diversificação oferecida pelos ETFs, permanecem riscos de câmbio, liquidez e mercado. Analistas também alertam para a possibilidade de interrupção no processo de reformas, o que poderia reduzir a atratividade do país. Além disso, investigações recentes envolvendo a irmã do presidente Javier Milei geraram cautela entre parte dos investidores.