Grupo de acionistas do GPA tenta substituir presidente do conselho na AGE

Mercado Financeiro9 horas atrás7 pontos de vista

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São Paulo – Uma ala de acionistas do GPA, controlador das redes Pão de Açúcar e Extra, pretende retirar Ronaldo Iabrudi da presidência do conselho de administração durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada pela família Coelho Diniz, marcada para os próximos dias.

Iabrudi deve ser reconduzido a uma cadeira no conselho graças à participação que detém na companhia, mas o grupo dissidente busca apoio para eleger outro nome ao comando do colegiado.

Críticas a custos e alternativas de remuneração

Conselheiros e pessoas próximas ao GPA, sob anonimato, reclamam que a gestão liderada por Iabrudi mantém honorários considerados elevados enquanto a empresa acumula prejuízos e endividamento.

Em 2023, o conselho recebeu R$ 11,2 milhões. A atual administração reduziu o montante em 20%, para R$ 9,2 milhões. Ainda assim, parte do colegiado defende cortar a remuneração para valores apenas simbólicos até que a situação financeira melhore.

Como compensação, esses conselheiros sugerem um programa de stock options, permitindo a compra de ações abaixo do preço de mercado. Hoje, apenas 3,5% dos papéis estão reservados para esse tipo de operação; qualquer ampliação depende de nova deliberação em assembleia. Representantes do Casino e o próprio Iabrudi consideram a proposta “populista” e avaliam que não há espaço para adotá-la.

Endividamento e cenário desafiador

O balanço do segundo trimestre mostra dívida líquida de R$ 2,6 bilhões.

Avanço da família Coelho Diniz

No domingo (24), cinco integrantes da família Coelho Diniz compraram 24,6% do capital do GPA, superando o francês Casino, que detém 22,5%. No mesmo comunicado, solicitaram a AGE para destituir o atual conselho e eleger novos membros.

Grupo de acionistas do GPA tenta substituir presidente do conselho na AGE - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Atualmente, dos nove assentos do colegiado, apenas André Luiz Coelho Diniz representa a família de Minas Gerais, enquanto o Casino ocupa três posições. Iabrudi, embora acionista individual, é aliado dos conselheiros ligados ao grupo francês. Entre 2014 e 2018, ele foi diretor-presidente do GPA, então controlado pelo Casino.

Em nota, os Coelho Diniz afirmam buscar um conselho “comprometido com deliberações necessárias ao processo de turnaround”, incluindo maior austeridade nos gastos. A família atua há 35 anos no varejo alimentar com a rede Supermercado Coelho Diniz e a distribuidora HAF, além de negócios na construção civil.

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o GPA ocupa hoje a quinta posição no ranking nacional do setor. Para os novos acionistas, a redução do endividamento e a geração de valor dependem de um “diálogo construtivo”.

Procurado, o GPA não comentou a movimentação nem revelou a remuneração individual dos conselheiros, alegando que o dado não é público. Iabrudi também preferiu não se pronunciar.

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