Quem: Mega Matrix, holding listada na bolsa norte-americana.
O quê: Registro de prateleira (shelf registration) de até US$ 2 bilhões na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
Quando: Arquivamento realizado neste início de semana, sem data definida para emissões futuras.
Onde: Estados Unidos, via SEC.
Como: A empresa poderá emitir seus valores mobiliários em parcelas ao longo do tempo, prática permitida pelo modelo de registro de prateleira.
Por quê: Os recursos serão direcionados à compra do token de governança ENA, do ecossistema da stablecoin sintética USDe, emitida pela Ethena.
A Mega Matrix informou que pretende concentrar a estratégia de tesouraria integralmente no ENA, em vez de manter diretamente a stablecoin USDe. O objetivo é captar a participação nas receitas do protocolo por meio do mecanismo de “fee-switch”, que, quando ativado, repartirá parte do faturamento com os detentores do token.
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A companhia citou o crescimento da Circle — emissora da USDC — e a popularização de estratégias de tesouraria em criptoativos como estímulos para o plano. Também apontou o GENIUS Act, lei dos Estados Unidos que proíbe o pagamento de rendimento direto aos detentores de stablecoins, como fator que empurra investidores para alternativas que oferecem retorno, caso da USDe.
A USDe mantém paridade com o dólar utilizando colateral misto protegido por contratos perpétuos. Essa estrutura gera retorno a partir das taxas de financiamento nos mercados futuros. Segundo a desenvolvedora Ethena Labs, a receita bruta acumulada do protocolo superou US$ 500 milhões em agosto. Com capitalização de mercado de US$ 12,5 bilhões, a USDe já é a terceira maior stablecoin do mundo.
A empresa, que tem capitalização de aproximadamente US$ 113 milhões, registrou receita de US$ 7,74 milhões e prejuízo líquido de US$ 2,48 milhões no primeiro trimestre. Seu negócio principal continua sendo a plataforma de vídeos curtos FlexTV. Em junho, a companhia já havia investido US$ 1,27 milhão em Bitcoin como parte da guinada para ativos digitais.
Mega Matrix não é a única companhia de menor porte a reforçar exposição a criptoativos. ETHZilla, BitMine Immersion Technologies, SharpLink Gaming e Bit Digital também adotaram estratégias semelhantes, incluindo a aquisição direta de Ether ou de outros ativos digitais.
Apesar da expansão desses modelos, o CEO da plataforma de empréstimos Milo, Josip Rupena, alertou para o risco de produtos financeiros complexos, comparando-os às obrigações de dívida colateralizada que ganharam destaque na crise de 2008.