Euforia com ações de inteligência artificial reacende debate sobre nova bolha no mercado

Dificuldades e desafios16 minutos atrás6 pontos de vista

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O rápido avanço das empresas ligadas à inteligência artificial (IA) tem levado investidores a comparar o momento atual de Wall Street com a bolha das “pontocom”, que estourou entre 2000 e 2002 e derrubou o índice Nasdaq em quase 80%, apagando trilhões de dólares em valor de mercado.

Semelhanças com o fim dos anos 1990

No fim da década de 1990, bastava ter “.com” no nome para uma companhia captar milhões e dobrar de preço em questão de dias. Hoje, bastou adicionar as letras “AI” ao código de negociação para alguns papéis dispararem. Um exemplo recente é a Palantir, queridinha de parte dos investidores, que chegou a negociar com relação preço/lucro (P/L) de 522.

Assim como Cisco, Intel, Sun Microsystems e AOL simbolizavam o boom de 1999, o atual rali se concentra nas chamadas “Magníficas 7” — Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Meta, Tesla e Nvidia —, que juntas representam mais de 30% de todo o S&P 500. Os dez maiores componentes do índice já correspondem a quase 40% de sua capitalização total, elevando o risco de correções caso algumas dessas empresas decepcionem.

Diferenças que atenuam o risco

Ainda que esticadas, as avaliações de hoje não repetem os extremos de 1999. Naquela época, o S&P 500 era negociado a 25 vezes o lucro projetado; atualmente, o múltiplo gira em torno de 21, contra uma média histórica de 15 a 16. Outra distinção importante é que, desta vez, as companhias líderes são gigantes consolidadas e altamente lucrativas.

Apple, por exemplo, gera mais de US$ 100 bilhões em fluxo de caixa livre por ano. De modo geral, essas empresas exibem balanços robustos, baixo endividamento e grandes reservas de caixa, cenário bem diferente do observado durante a bolha das “pontocom”.

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Imagem: Ted Jenkin FOXBusiness via foxbusiness.com

Expectativa de volatilidade, não de colapso

Especialistas consultados pelo canal econômico Fox Business admitem que os preços de vários papéis associados à IA embutem expectativas elevadas e podem sofrer correções caso o ritmo de adoção da tecnologia seja mais lento que o previsto. Contudo, o consenso é que um colapso amplo, semelhante ao ocorrido no início dos anos 2000, não deve se repetir, graças ao maior poder de lucro, à saúde financeira das líderes do setor e a mercados de capitais mais cautelosos.

Mesmo assim, analistas alertam que o ciclo de hype tende a produzir vencedores e perdedores, repetindo o padrão de inovações transformadoras do passado. Para eles, a principal ameaça está na diferença entre o potencial real da inteligência artificial e a velocidade com que esse potencial será efetivamente convertido em resultados.

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