Larry Ellison supera Elon Musk e assume posto de pessoa mais rica do mundo

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São Francisco – Uma disparada de 42% nas ações da Oracle nesta quarta-feira (10) elevou o patrimônio de Larry Ellison para mais de US$ 397 bilhões (R$ 2,14 trilhões), colocando o fundador da companhia à frente de Elon Musk no ranking de bilionários da Bloomberg.

O avanço foi impulsionado pelos resultados trimestrais divulgados na noite de terça (9), quando a Oracle informou ter fechado quatro contratos bilionários no segmento de nuvem durante o trimestre encerrado em agosto.

Contratos turbinam reservas

Os novos acordos fizeram as reservas futuras da empresa saltarem para US$ 455 bilhões (R$ 2,46 trilhões), bem acima dos US$ 138 bilhões (R$ 746 bilhões) registrados no período anterior e das projeções dos analistas.

Segundo Safra Catz, presidente-executiva da Oracle, os contratos incluem empresas como OpenAI, xAI, Meta, Nvidia e AMD. Ela previu que a receita do negócio de infraestrutura deve subir de US$ 18 bilhões (R$ 97,3 bilhões) neste ano para US$ 144 bilhões (R$ 779 bilhões) em cinco anos — quase 60% acima das estimativas de Wall Street.

Participação de Ellison

Ellison detém 41% das ações da Oracle. Com o papel negociado a US$ 344 (R$ 1.861) após o salto desta quarta, o valor de mercado da companhia chegou a US$ 967 bilhões (R$ 5,2 trilhões), ante US$ 678 bilhões (R$ 3,66 trilhões) no início do ano.

Musk em queda

O patrimônio líquido de Elon Musk foi estimado em cerca de US$ 384 bilhões (R$ 2,07 trilhões). A fatia de 16% que ele possui na Tesla vale hoje US$ 187 bilhões (R$ 1 trilhão), após recuo de 25% nas ações da montadora desde dezembro, em meio a críticas de consumidores ao bilionário e a incertezas sobre políticas para veículos elétricos.

Demanda por nuvem e IA

A Oracle demorou a migrar para serviços de computação em nuvem, mas tem se beneficiado da procura de startups de inteligência artificial por capacidade de data centers. Neste ano, assinou parceria com OpenAI e SoftBank no projeto Stargate, estimado em US$ 500 bilhões.

Imagem: redir.folha.com.br

Keith Weiss, analista do Morgan Stanley, disse que os US$ 332 bilhões (R$ 1,8 trilhão) em reservas do primeiro trimestre representam “a maior cifra já vista em software e uma mudança fundamental no modelo de negócios para operadora de data center”.

Capex e escassez de chips

Para atender à demanda, a Oracle elevou sua previsão de investimentos em capital para o ano fiscal que termina em maio de 2026 em US$ 10 bilhões (R$ 54,1 bilhões), totalizando US$ 35 bilhões (R$ 139,3 bilhões). Catz afirmou que a empresa consegue gerar mais receita com menor gasto que os concorrentes por não investir em prédios e usar os equipamentos de forma mais eficiente.

Concorrentes como Amazon, Microsoft, Alphabet e Meta planejam desembolsar mais de US$ 350 bilhões este ano em data centers e infraestrutura de IA, valor que pode ultrapassar US$ 400 bilhões em 2026.

Resultados do trimestre

No período encerrado em agosto, a Oracle registrou alta de 12% na receita, para US$ 14,9 bilhões (R$ 82,6 bilhões), ligeiramente abaixo da expectativa de US$ 15 bilhões (R$ 81,1 bilhões). O lucro líquido ajustado avançou 8%, alcançando US$ 4,3 bilhões (R$ 23,2 bilhões).

Em julho, veio à tona que a OpenAI alugou 4,5 GW de capacidade de computação da Oracle em contrato estimado em US$ 30 bilhões anuais. O acordo prevê a construção de vários data centers nos Estados Unidos, incluindo um complexo de 1,2 GW em Abilene, Texas.