Governo da Albânia transforma assistente virtual Diella em “ministra” para supervisionar compras públicas

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O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, anunciou na quinta-feira, durante a Assembleia Nacional do Partido Socialista, que a assistente virtual Diella foi elevada ao posto de ministra responsável por todas as aquisições governamentais de bens e serviços no setor público.

Segundo Rama, Diella é o primeiro membro do gabinete sem presença física, criado integralmente por inteligência artificial, e terá como missão manter o país “100% livre de corrupção”. A área de compras públicas vem sendo alvo de sucessivos escândalos nas últimas décadas.

De assistente digital a integrante do gabinete

Diella — palavra que significa “sol” em albanês — já operava como assistente de voz na plataforma e-Albania, auxiliando cidadãos e empresas na emissão de documentos estatais, como carteiras de motorista, pedidos de aposentadoria e registros judiciais. O sistema aplica carimbos eletrônicos para reduzir burocracia.

Desde sua implementação, a ferramenta emitiu mais de 36.600 documentos digitais e ofereceu quase 1.000 serviços diferentes, de acordo com números divulgados pelo governo.

O premiê, porém, não detalhou quem responderá por eventuais erros da IA, quais mecanismos de supervisão humana serão adotados ou como serão mitigados riscos de manipulação do sistema.

IA avança em funções públicas

Com a nomeação, a Albânia se une a uma lista ainda curta de países que atribuem cargos oficiais a agentes de inteligência artificial. Em maio, a Ucrânia apresentou a porta-voz virtual Victoria Shi, criada para divulgar atualizações sobre assuntos consulares.

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Imagem: Trader Iniciante 2 (17)

Contexto de corrupção e desafios

A Albânia tem histórico prolongado de casos de corrupção. Este ano, o prefeito de Tirana, Erion Veliaj, e o ex-presidente Illir Meta foram acusados de irregularidades. Em 2023, o ex-ministro do Meio Ambiente Lefter Koka recebeu pena superior a seis anos de prisão por aceitar suborno de 3,7 milhões de euros em um projeto de construção.

Esses episódios têm dificultado a entrada do país na União Europeia desde que a Albânia se tornou candidata em 2014. Mesmo assim, Rama mantém a meta de obter a adesão até 2030.

Criptomoedas em segundo plano

Embora tenha aprovado, em maio de 2020, uma das legislações sobre criptomoedas mais abrangentes da Europa, o Banco da Albânia continua emitindo alertas sobre riscos de negociação cripto, o que tem freado a adoção no país.

Com a promoção de Diella, o governo albanês busca marcar posição na adoção de inteligência artificial enquanto tenta fortalecer mecanismos de controle e transparência em suas finanças públicas.

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