Até mesmo quem tem renda elevada anda inseguro com as finanças. Levantamento da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, realizado em agosto com mais de mil brasileiros a partir de 16 anos, indica que 63% das pessoas das classes A, B e C estão apreensivas quanto ao futuro financeiro.
No recorte por renda, a inquietação é mais acentuada entre os mais abastados: 80% na classe A e 79% na classe B declararam algum grau de preocupação. Na classe C, o índice ficou em 53%.
Entre os entrevistados de 16 a 24 anos, 84% manifestaram temor em relação ao “amanhã” do bolso – 57% muito preocupados e 27% preocupados.
Um terço (33%) dos participantes colocou a aposentadoria como principal motivo de ansiedade. Outros 24% disseram estar simplesmente preocupados com esse tema, enquanto 18% se mostraram “mais ou menos” preocupados, 9% pouco, 10% nada e 7% não souberam responder.
O grupo mais alarmado com a aposentadoria reúne jovens (46%) e integrantes da classe A (43%).
O Sudeste apresentou o maior percentual de entrevistados preocupados ou muito preocupados (69%). O Sul aparece logo depois, com 68%. Nordeste (56%) e Norte/Centro-Oeste (53%) completam o quadro.
A pesquisa mostra que 51% das pessoas das três classes têm saldo negativo no cartão de crédito. Em seguida vêm empréstimos pessoais (28%), financiamentos de imóveis ou veículos (17%), cheque especial (8%) e outros débitos (2%). Apenas 27% declararam não ter dívidas.
Imagem: Marcello Casal Jr via valorinveste.globo.com
O impacto aparece no cofre doméstico: 42% dos que não devem conseguem guardar dinheiro ao fim do mês, contra 27% dos endividados. Entre quem possui dívidas, 14% afirmam precisar de grande esforço para fechar o mês, percentual que cai para 5% entre quem não deve.
O cartão de crédito pesa mais para quem tem de 25 a 40 anos (66%) e para moradores do Nordeste (58%). Empréstimos pessoais atingem 44% dos brasileiros acima de 60 anos. A classe A é a única em que mais da metade (52%) não possui qualquer tipo de dívida.
Quase metade (48%) dos entrevistados diz que consegue pagar todas as contas, mas sem sobras. Trinta por cento afirmam ter sobra de caixa, 11% recorrem a ajuda ou crédito para honrar compromissos, 5% deixam contas para o mês seguinte e 6% não souberam ou não quiseram responder.
Os jovens concentram maior parcela dos que fecham o mês zerados (55%), seguidos pelos moradores do Sudeste (53%). No Norte/Centro-Oeste, 43% relatam sobra após quitar as despesas mensais.