Colunista aponta colapso da ordem internacional de 1945 e vê Bolsonaro como sintoma desse cenário

Mercado Financeiro20 horas atrás7 pontos de vista

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São Paulo – Em artigo publicado nesta quinta-feira (11), o professor Rodrigo Tavares, catedrático convidado da Nova School of Business and Economics, em Portugal, sustenta que a arquitetura política e econômica criada após a Segunda Guerra Mundial já não responde às crises atuais e que líderes como Jair Bolsonaro representam essa falência.

Multilateralismo paralisado

Tavares recorda que o sistema foi desenhado nos encontros de Bretton Woods (1944), São Francisco (1945) e da Conferência de Havana (1947-1948), erguendo três pilares: organismos globais, blocos regionais e democracias nacionais. Segundo o colunista, o multilateralismo perdeu eficácia porque o Conselho de Segurança da ONU continua preso ao direito de veto definido em 1945, o que impede respostas a conflitos de alta letalidade, como Iêmen, Ucrânia e Gaza.

Ele afirma também que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial não refletem a transferência de poder para Ásia e Sul Global. No comércio, avalia que as tarifas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos na gestão Donald Trump fragilizam a Organização Mundial do Comércio.

Integração regional enfraquecida

Conforme o articulista, a União Europeia enfrenta crises sucessivas de legitimidade, enquanto, na América do Sul, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se limitaram a divulgar comunicados sem impacto concreto.

Democracias sob pressão

No plano doméstico, Tavares identifica desgaste da democracia representativa. Ele atribui o fenômeno à popularização do “populismo digital”, à influência das big techs sobre o debate público e ao avanço de forças de extrema-direita, que, segundo o texto, fragilizam o Estado de Direito e transformam regimes em modelos híbridos.

Colunista aponta colapso da ordem internacional de 1945 e vê Bolsonaro como sintoma desse cenário - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Bolsonaro como expressão do vácuo

Para o professor, o ex-presidente brasileiro não é causa, mas símbolo de um cenário em que, “entre a ordem antiga que morreu e a nova que ainda não nasceu”, a governança global se mostra insuficiente para conter choques simultâneos.

Tavares conclui que o colapso já ocorreu e que a principal pergunta agora é qual estrutura substituirá o arranjo de 1945.

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