Reinvestir ou embolsar os dividendos? Uma simulação realizada pelo InfoMoney em parceria com a Economatica mostra como a decisão pode alterar substancialmente o resultado de uma aplicação em fundos imobiliários. O estudo considerou um aporte de R$ 50 mil, feito há um ano, no GGRC11 (GGR Covepi Renda Logística), um dos mais tradicionais FIIs do segmento de galpões industriais.
O investidor que reaplicou integralmente os proventos teria hoje R$ 51.042, ganho de 2,08% no período. Quem apenas recebeu os dividendos, sem reinvestir, veria o patrimônio cair para R$ 45.240, perda de 9,52%.
A diferença decorre da capitalização dos proventos. Mesmo com distribuição de 11,67% em dividendos para quem reinveste (11,04% para quem não reinveste), a queda no preço das cotas anulou o retorno de quem deixou o dinheiro fora do fundo.
Em julho, o GGRC11 registrou resultado de R$ 12,9 milhões e pagou R$ 0,10 por cota, yield mensal de 1,02% — equivalente a 12,3% ao ano. O fundo soma mais de 186 mil cotistas.
No acumulado de 2024, o índice IFIX, referência dos FIIs na B3, cedeu 5,89%. Nesse cenário de desconto, a reaplicação dos dividendos mostrou-se decisiva para preservar o capital investido.
De acordo com Otmar Schneider, analista da Nord Investimentos, o GGRC11 é um fundo híbrido de logística e indústria, negociado com cerca de 12% de deságio em relação ao valor patrimonial. O dividend yield anualizado está próximo de 12,3%, acima da média do setor.
Imagem: infomoney.com.br
Segundo o analista, 85% da carteira está em contratos atípicos, com 60% dos imóveis em São Paulo e participação nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste. O portfólio é composto por galpões industriais, o que dificulta a realocação em caso de vacância, mas oferece prêmio de risco adicional. Ambev e Americanas representam aproximadamente 14% dos contratos cada.
Pedro Van Den Berg, CEO da Zagros Capital, gestora do fundo, afirmou que o GGRC11 manteve rendimento próximo de R$ 0,10 por cota no primeiro semestre — cerca de 1% ao mês — mesmo diante de juros elevados e alternativas atraentes na renda fixa. A relação entre dívida e ativos está abaixo de 15%, nível considerado confortável pela administração.
Com histórico de distribuição robusta e portfólio diversificado, o GGRC11 permanece entre as principais opções de investidores que buscam renda mensal, ainda que carregue percepção de risco acima da média do mercado de FIIs.