Instituto de tecnologia em Gravataí receberá R$ 400 milhões e apoio de ex-conselheira da Microsoft

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Gravataí (RS) – Previsto para abrir as portas em 2027, o Instituto de Tecnologia e Computação (Itec) será instalado em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, com investimento privado de R$ 400 milhões distribuídos ao longo de dez anos.

A iniciativa, sem fins lucrativos e mantida por capital filantrópico, pretende oferecer curso residencial e integral de ciência da computação. A educadora canadense Maria Klawe – ex-reitora do Harvey Mudd College, ex-membro do conselho de administração da Microsoft e reconhecida por incentivar a participação feminina nas carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática – integra o conselho acadêmico e ajudará a desenhar o currículo.

Foco em inteligência artificial

Klawe afirma que a expansão da inteligência artificial generativa, exemplificada por ferramentas como o ChatGPT, exige reformulação na formação de profissionais de tecnologia. Segundo ela, o Itec terá programação voltada ao pensamento crítico e ao domínio dessas plataformas, além de estimular trabalho em equipe e solução de problemas reais da indústria.

Apoio de empresários e fundações

O instituto foi idealizado pelo empresário Cristiano Franco, fundador da empresa de software Poatek, vendida a um fundo norte-americano em 2021. O projeto conta ainda com a participação de Marcelo Lacerda e Sérgio Pretto, cofundadores do portal Terra, além das fundações Behring e Telles.

Imagem: redir.folha.com.br

Campus e processo seletivo

O campus ocupará uma área de 20 hectares. A conclusão das obras está prevista para o próximo ano, quando também deve ser iniciado o processo de seleção dos primeiros estudantes. Inspirado em instituições norte-americanas como Caltech, Carnegie Mellon University e Olin College of Engineering, o Itec oferecerá regime de internato e programa de bolsas para ampliar a inclusão social.

Klawe, que presidiu o Harvey Mudd College entre 2006 e 2023 e atualmente lidera a organização Math for America, vê no projeto a possibilidade de replicar no Brasil o impacto econômico observado entre famílias de baixa renda na Califórnia. “Quando um aluno conquista um emprego de alto salário, toda a família se beneficia”, afirmou.