A formação de uma reserva financeira para a aposentadoria é a prioridade número um dos brasileiros que aplicam no mercado de capitais, segundo o relatório “Perfil e Comportamento dos Investidores 2024”, divulgado nesta terça-feira (16) pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O estudo, elaborado pela Gerência de Educação e Inclusão Financeira (GEIF), ouviu mais de 1.300 investidores entre janeiro e fevereiro deste ano. Entre os participantes com perfil moderado, 68% apontaram a aposentadoria como principal objetivo; no grupo conservador, o índice ficou em 63%. Já entre os arrojados, a geração de renda passiva foi mencionada por 76%, mas a poupança para o futuro veio logo atrás, com 74%.
A maioria dos respondentes se declarou arrojada (52%), enquanto 36% foram classificados como moderados e 9% como conservadores.
Os investidores ouvidos são, em sua maioria, homens (87%), moradores da região Sudeste (63%) e têm entre 46 e 59 anos. Pela primeira vez, a pesquisa coletou a autodeclaração racial: 75% disseram ser brancos, 18% pardos e pouco mais de 2% pretos. O grupo apresenta alta escolaridade — ensino superior ou pós-graduação completos — e renda familiar acima de R$ 5 mil.
Os participantes demonstraram domínio de conceitos básicos, como a relação entre inflação e rentabilidade, mas ainda há espaço para aprofundar temas mais complexos, por exemplo o impacto dos juros sobre títulos de renda fixa. Entre as tendências, 45% buscam maior rentabilidade, 42% querem diversificar a carteira e outros 42% manifestam interesse crescente em educação financeira.
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Para 86% dos entrevistados, vale a pena continuar investindo, pois encontram produtos adequados ao próprio perfil e se sentem preparados para imprevistos. A atuação da CVM foi avaliada como boa ou excelente por 55% dos respondentes, 45% disseram confiar plenamente nas informações divulgadas pela autarquia, 70% afirmaram conhecer seu papel regulador e 65% consideram que as regras do órgão contribuem para a eficiência e o desenvolvimento do mercado.
De acordo com a CVM, os resultados servirão de base para ampliar programas de inclusão e educação financeira e, assim, fortalecer a confiança no mercado de capitais brasileiro.