Carlos Slim amplia presença no setor de energia do México durante crise de petróleo e gás

Mercado Financeiro13 horas atrás7 pontos de vista

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Nova York / Cidade do México – A produção global de petróleo e gás está caindo mais rápido do que o previsto, aponta relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O estudo, que avaliou 15 mil campos, conclui que a dependência crescente de reservatórios de xisto — que exigem perfuração constante — torna a manutenção dos volumes extraídos cada vez mais cara. Segundo a IEA, a indústria desembolsa aproximadamente US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões) por ano apenas para conter o declínio dos campos em operação.

Enquanto o setor enfrenta esse cenário, o empresário mexicano Carlos Slim acelera sua expansão em energia. Nas últimas semanas, o Grupo Carso obteve uma concessão de 30 anos para desenvolver energia geotérmica em Celaya, Guanajuato, reforçando um portfólio que já inclui campos de óleo e gás, gasodutos e participações em plataformas da estatal Pemex.

Metas do governo e oportunidades

A administração da presidente Claudia Sheinbaum estabelece como objetivos acrescentar 22 GW à capacidade de geração elétrica até 2030 e viabilizar novos reservatórios capazes de produzir até 450 mil barris diários de petróleo. Investidores ainda aguardam detalhes regulatórios, mas Slim já ocupa espaço relevante graças à abertura do mercado iniciada há cerca de uma década.

“Slim só avança quando enxerga rentabilidade”, afirma o consultor Ramses Pech, lembrando que o grupo começou prestando serviços à indústria e, gradualmente, assumiu operações diretas.

Projetos estratégicos

Entre os empreendimentos mais relevantes que contam com a participação do bilionário estão:

  • Lakach – reserva estimada em 900 bilhões de pés cúbicos (25 bilhões de m³) de gás natural, considerada essencial para reduzir a dependência mexicana de importações dos Estados Unidos.
  • Zama – uma das maiores descobertas de petróleo recentes no país. Após disputa entre Pemex e a norte-americana Talos Energy, Slim adquiriu 80% da subsidiária mexicana da Talos, que detém 17,4% do campo. A expectativa é atingir produção de até 180 mil barris por dia, volume equivalente a mais de 10% da extração atual do México.

Cenário político e gargalos

A infraestrutura energética mexicana demanda aportes significativos após anos de restrições à iniciativa privada impostas pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador. Hoje, a Pemex carrega dívida próxima de US$ 100 bilhões (R$ 530 bilhões) e o país sofre apagões locais em horários de pico.

Sheinbaum, engenheira de energia, sinaliza maior abertura ao capital privado e incentivo às renováveis, mas encara limitações de orçamento e a manutenção de parte da estrutura estatal. Projetos de lei que definem novos contratos público-privados e regras para o setor elétrico ainda estão em discussão.

Outros movimentos no mercado

Nos Estados Unidos, a Exxon Mobil recebeu aval da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) para lançar um sistema automatizado que permite a acionistas de varejo replicar o voto do conselho nas assembleias. A companhia argumenta que a medida fortalece a “democracia acionária”, enquanto o grupo ativista Follow This critica a iniciativa por, segundo ele, reduzir o espaço de propostas dissidentes.

Em paralelo, o ex-presidente Donald Trump sugeriu que empresas americanas divulguem resultados apenas duas vezes por ano, em vez de trimestralmente, proposta ainda em avaliação por investidores.

Fortuna e próximos passos

Mesmo após perder posições para executivos de tecnologia, Slim permanece na 19ª colocação da lista da Forbes, com patrimônio estimado em US$ 102,8 bilhões (R$ 545,14 bilhões). Além dos ativos no México, o Grupo Carso opera contratos de transporte de gás com a estatal CFE e controla duas hidrelétricas no Panamá. O empresário também manifesta interesse em hidrogênio verde e considera a energia solar cada vez mais competitiva.

A Pemex promete anunciar novos contratos de exploração ainda este mês, e a imprensa local aponta o conglomerado de Slim como um dos principais candidatos. Procurado, o Grupo Carso não comentou.

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