Escolaridade, religião e política ganham peso e complicam formação de casais no Brasil

Mercado Financeiro7 horas atrás7 pontos de vista

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A escolha de parceiros amorosos tem ficado mais difícil para os brasileiros entre 18 e 45 anos. Dados de pesquisas internacionais e nacionais indicam que fatores como nível de escolaridade, afinidade política e religião estão se tornando decisivos na hora de iniciar ou manter um relacionamento.

Preferências reveladas

O Ideal Partner Survey, conduzido em 2018 com entrevistados de mais de 180 países, aponta que 82% das mulheres brasileiras consideram a escolaridade do par um critério essencial. O percentual é semelhante ao observado no México e na Colômbia, mas supera o registrado em países como Dinamarca e Inglaterra.

Na mesma pesquisa, 34,3% das brasileiras disseram valorizar a similaridade política, contra 25,2% das norte-americanas e 8% das mexicanas. A religião foi mencionada por 33% das respondentes no Brasil e por 39% nos Estados Unidos.

Casamento seletivo

Em escala global, o estudo confirma a tendência do positive assortative mating — ou casamento seletivo positivo —, que reúne parceiros com o mesmo nível educacional. No Brasil, os levantamentos oficiais apontam para o mesmo quadro.

Segundo a Pnad Contínua, mulheres entre 18 e 45 anos possuem, em média, 12 anos de estudo, ante 11,3 anos verificados entre homens. A proporção de casais em que a mulher tem escolaridade superior ao marido subiu de 20% em 1982 para 32% em 2014, enquanto os casais com o mesmo nível de instrução caíram de 60% para 48% no mesmo período.

Mudanças religiosas e polarização

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra transformação na composição religiosa desde 1970. Em 2022, 56,7% dos brasileiros se declararam católicos e 27% evangélicos, refletindo queda de quase 33 pontos percentuais na participação católica e crescimento expressivo dos evangélicos.

Escolaridade, religião e política ganham peso e complicam formação de casais no Brasil - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

No campo político, estudos norte-americanos indicam que mulheres tendem a se deslocar mais para a esquerda, enquanto homens se aproximam da direita, fenômeno que também influencia a busca por parceiros no Brasil.

Menos casais jovens

A Pnad Contínua revela ainda que a proporção de domicílios ocupados por casais de 18 a 45 anos recuou de 68% em 2012 para 55% em 2024. Pesquisadores atribuem parte dessa redução à maior heterogeneidade religiosa e ao avanço da polarização política, além das exigências crescentes relacionadas à formação e estabilidade financeira.

Contexto recente

A discussão ganhou visibilidade em agosto de 2025, quando a cantora Taylor Swift anunciou nas redes sociais seu noivado com o jogador de futebol americano Travis Kelce. O assunto movimentou jovens internautas, mas também evidenciou que, fora do mundo das celebridades, encontrar um parceiro compatível requer cada vez mais filtros.

Especialistas apontam que, diante dessas mudanças, novas coletas de dados sobre estrutura familiar seriam necessárias para compreender com precisão a dinâmica dos relacionamentos no país.

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