A LMAX Group, fintech com sede em Londres, passou a oferecer contratos perpétuos de Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) para o mercado institucional, marcando sua entrada no segmento de derivativos cripto alavancados.
De acordo com reportagem da Bloomberg publicada nesta quarta-feira, os novos produtos permitem alavancagem de até 100 vezes. O grupo, que movimenta mais de US$ 40 bilhões em volume diário de negociação à vista entre câmbio e ativos digitais, afirmou que a decisão responde à demanda de clientes por exposição alavancada a criptoativos.
“Os contratos perpétuos dominam o mercado cripto há três ou quatro anos”, disse o CEO David Mercer. “Nossos clientes institucionais, incluindo grandes firmas de trading proprietário e corretores, buscam esse tipo de instrumento.”
Dados da Kaiko indicam que, em 2025, contratos perpétuos respondem por 68% de todo o volume de Bitcoin, ante 66% registrados em 2024. As bolsas Binance, Bybit e OKX concentram perto de 70% do interesse em aberto nesses derivativos, com volumes diários entre US$ 10 bilhões e US$ 30 bilhões. Em dias de pico, a Binance chegou a negociar US$ 80 bilhões em perpétuos.
Levantamento do CoinMarketCap mostra que, nas últimas 24 horas, os perpétuos somaram US$ 1,39 trilhão em negociações, superando com folga os contratos futuros tradicionais, que movimentaram US$ 670,61 milhões no mesmo período.
Imagem: Trader Iniciante 2 (17)
No segmento descentralizado, plataformas de perpétuos processaram US$ 20,5 bilhões em volume diário, segundo o DefiLlama. O total acumulado em 30 dias atingiu US$ 683,5 bilhões, alta semanal de 16,84%. A Hyperliquid sozinha respondeu por mais de US$ 65 bilhões em sete dias.
A iniciativa da LMAX ocorre enquanto outras instituições ampliam a oferta desses produtos. Nos Estados Unidos, a Coinbase passou a disponibilizar perpétuos para clientes locais em julho, e a CBOE planeja lançar sua própria versão em novembro. Na Europa, a One Trading introduziu, em abril, contratos perpétuos compatíveis com a diretiva MiFID II, inicialmente restritos a clientes institucionais, com planos de estender o acesso a investidores de varejo elegíveis.
Além de operar corretoras de câmbio no Reino Unido, Europa, Nova Zelândia e Maurício, a LMAX busca agora fortalecer sua presença no mercado de derivativos cripto ao lado de players globais que já dominam o segmento.