São Paulo – O consórcio Rota da Liberdade arrematou nesta quinta-feira (18) a concessão de 190 quilômetros da Via Liberdade, corredor rodoviário que conecta a região metropolitana de Belo Horizonte a Rio Casca, passando por Ouro Preto e Mariana.
Realizado na sede da B3, na capital paulista, o leilão promovido pelo governo mineiro definiu o vencedor pelo maior desconto sobre os R$ 2 bilhões reservados, via acordo de reparação pela tragédia de Mariana, para obras no trecho. O grupo formado por seis construtoras apresentou proposta de R$ 1,7 bilhão, deságio de 13,2%. A Houer Concessões ofertou R$ 1,96 bilhão e ficou em segundo lugar.
Ao todo, estão programados cerca de R$ 5 bilhões para melhorias no trajeto, que corta 11 municípios e engloba trechos das rodovias BR-356, MG-262 e MG-329. Os recursos restantes do acordo de Mariana, R$ 300 milhões, serão destinados a obras de infraestrutura na bacia do Rio Doce.
O edital prevê quatro pórticos “free-flow” – sistema que cobra pedágio por meio de câmeras ou tags sem necessidade de parar – em Itabirito, Ouro Preto, Acaiaca e Ponte Nova. A tarifa para todo o percurso entre Belo Horizonte e Rio Casca será de R$ 22,32; quem viajar até Ouro Preto ou Mariana pagará R$ 11,16.
Usuários frequentes poderão receber desconto progressivo de até 64%. Estão isentos veículos de transporte coletivo, oficiais, de segurança e de emergência. O pagamento poderá ser automático pelo dispositivo eletrônico ou efetuado em até 30 dias via aplicativo, site da concessionária ou pontos físicos distribuídos ao longo da rota.
Do total concedido, 78,7 km serão duplicados, 40 km ganharão terceira faixa e cerca de 22 km terão correção de traçado. Está prevista ainda uma área de escape na Serra da Santa, em Itabirito. A duplicação deve ocorrer entre o terceiro e o sexto ano do contrato.
Imagem: redir.folha.com.br
Com as intervenções, o governo mineiro espera reduzir em 45% o índice de acidentes e em 60% o número de ocorrências com vítimas fatais. A estimativa é encurtar em 40 minutos a viagem entre a Grande BH e Rio Casca e em 20 minutos o trajeto entre a capital e Ouro Preto.
A cobrança de pedágio só começará após a conclusão das melhorias previstas para o primeiro ano, que incluem revitalização, nova sinalização e recuperação do pavimento.
Para Rodrigo Campos, sócio de infraestrutura e regulatório do escritório Vernalha Pereira, o resultado confirma a viabilidade do projeto. O especialista destacou que o deságio de 13,2% está dentro da média de concessões recentes e que a parceria público-privada envolve desafios relevantes de engenharia.