O investidor Luiz Barsi, maior pessoa física da B3, afirmou que continua comprador de ações do Banco do Brasil (BBAS3) mesmo depois da forte desvalorização provocada pela queda de lucros e pelo enfraquecimento do agronegócio.
Durante evento realizado em São Paulo em 18 de setembro de 2025, Barsi lembrou que a instituição já enfrentou dificuldades mais graves, como a quase quebra de 1994, resolvida por uma subscrição de bônus patrocinada pelo governo. “Hoje existem mecanismos que impedem a repetição daqueles erros”, afirmou.
O investidor destacou que o valor patrimonial da ação supera R$ 30, enquanto o papel é negociado entre R$ 21 e R$ 22, sinalizando, na sua visão, um desconto relevante. No segundo trimestre, o banco registrou lucro de R$ 3,5 bilhões — bem abaixo dos R$ 9 bilhões habituais — e não pagou dividendos. Barsi acredita que a queda é temporária e projeta retomada dos resultados em até dois trimestres.
No mesmo dia, o Citi elevou sua recomendação de neutra para compra, fixando preço-alvo em R$ 29, o que representa potencial de alta de 32% sobre o fechamento anterior. O banco de investimentos atribuiu a revisão à medida provisória do governo que destina R$ 12 bilhões para apoiar cerca de 100 mil produtores rurais.
Pelos termos da MP, o Pronaf permitirá crédito de até R$ 250 mil com juros de 6% ao ano; o Pronamp, até R$ 1,5 milhão a 8% ao ano; e demais produtores poderão financiar até R$ 3 milhões a 10% ao ano, com prazo total de nove anos e um de carência. Para o Citi, o pacote deve reduzir o custo de risco do Banco do Brasil e fortalecer seu capital até 2026.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
O Citi calcula que as ações do BBAS3 são negociadas a 4,2 vezes o lucro por ação, indicando lucro líquido potencial de R$ 25,1 bilhões em 2026 e retorno sobre patrimônio (ROE) de 12%. A estimativa oficial do banco americano aponta lucro de R$ 29,3 bilhões em 2026 — 9% acima do consenso da Bloomberg — com provisões de R$ 16 bilhões no terceiro trimestre, levemente maiores que os R$ 15,9 bilhões do trimestre anterior.
Com a combinação de preço descontado, apoio governamental ao agronegócio e revisão positiva de analistas, Barsi mantém sua confiança na recuperação do Banco do Brasil.