Washington, 15 set. – Recém-empossado no Conselho de Governadores do Federal Reserve, Stephen Miran reiterou nesta sexta-feira sua preferência por um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica, em vez do ajuste de 0,25 ponto discutido pelo banco central norte-americano.
Em entrevista ao programa “Kudlow”, da FOX Business Network, Miran afirmou que fatores desinflacionários “já estão em curso” e devem reduzir os preços no curto prazo. Entre esses fatores, citou a queda da imigração, que, segundo ele, diminui a pressão sobre o mercado de moradia. “Milhões de imigrantes retornaram aos seus países apenas no primeiro semestre deste ano. Isso é profundamente desinflacionário”, declarou.
Miran também contestou argumentos de que tarifas comerciais elevem a inflação. “Não vejo evidências de que tarifas tenham causado alta de preços. Se fosse o caso, bens industriais com alta participação de importação estariam subindo mais que o núcleo geral, o que não acontece”, disse.
Indicado pelo então presidente Donald Trump em 7 de agosto para a vaga deixada por Adriana Kugler, Miran teve a nomeação aprovada pelo Senado em 15 de setembro. O mandato vai até 31 de janeiro de 2026.
Imagem: Jay Caruso FOXBusiness via foxbusiness.com
Durante a sabatina de 4 de setembro, o economista informou que ficará em licença não remunerada do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca enquanto exercer o cargo no Fed.
Miran demonstrou otimismo com a atividade nos próximos meses. Ele avaliou que a primeira metade do ano foi afetada por incertezas sobre um possível aumento de impostos e mudanças na política comercial. Com a aprovação recente de um pacote tributário que evitou a alta de impostos e a conclusão de acordos comerciais, o dirigente espera “um segundo semestre melhor”.