O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) informou nesta terça-feira (23) que pretende fixar em 7,5% a alíquota de Imposto de Renda sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), atualmente isentas. A proposta original do Executivo previa cobrança de 5%.
Zarattini é o relator da medida provisória que eleva tributos para reforçar a arrecadação federal. Segundo o parlamentar, o novo percentual ainda pode ser ajustado após conversas com representantes do governo marcadas para o fim do dia.
A elevação de 5% para 7,5% tem o objetivo de compensar a retirada, do parecer, da taxação de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas, que o Palácio do Planalto queria tributar em 5%.
A proposta enfrentou oposição imediata da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O presidente do grupo, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que aceita negociar outros pontos da MP, mas defende a manutenção da isenção para as LCAs.
O relator pretende manter no texto:
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O relatório não foi apresentado à comissão mista porque, segundo Zarattini, o presidente do colegiado, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitou que o documento fosse discutido previamente com líderes partidários. Nova reunião foi marcada para quarta-feira (24), às 14h30.
O governo calcula que a MP possa gerar R$ 20,9 bilhões em receitas adicionais em 2026, dos quais R$ 2,6 bilhões viriam da tributação de títulos hoje isentos. A medida provisória foi editada após o Congresso derrubar parte de um decreto que havia aumentado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em julho.