A ação da Copasa (CSMG3) acumula alta de 30% desde 11 de agosto e de 60% no ano, alcançando recordes históricos na B3. O impulso veio após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que elimina a obrigatoriedade de referendo popular para a privatização da companhia mineira de saneamento.
Apesar do rali recente, a Genial Investimentos avalia que o atual patamar de preços apresenta pouca atratividade. A corretora fixou preço-alvo de R$ 27 para CSMG3, o que representa potencial de queda de 18% em relação à cotação de mercado.
Os analistas destacam etapas consideradas desafiadoras para a desestatização:
• aprovação da PEC em plenário com, no mínimo, 48 votos;
• posterior tramitação de projeto de lei ordinária que autorize a venda;
• definição do modelo de alienação das ações.
Além disso, será necessária a regionalização das concessões, a renegociação de contratos municipais e ajustes regulatórios, processos que exigem tempo e articulação política. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, não possui maioria parlamentar e está no segundo mandato, o que pode limitar a capacidade de negociação, segundo a Genial.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
No mercado, CSMG3 é negociada a 1,1 vez o indicador P/VP sobre BRR, ante 1,3 vez da Sabesp (SBSP3), já privatizada. Para a corretora, o processo em Minas Gerais tende a ser mais complexo e com cronograma apertado, sobretudo às vésperas das eleições de 2026.
Embora reconheça que a PEC seja positiva para a tese de investimento, a Genial mantém postura cautelosa quanto à velocidade e à viabilidade da privatização. O relatório lembra que a elétrica Eletrobras (ELET3; ELET6) só foi privatizada em junho de 2022, depois de sucessivos adiamentos, e às vésperas do período eleitoral.
Na avaliação da corretora, a combinação de preço elevado e incertezas sobre o cronograma de venda gera assimetria desfavorável para o investidor no curto prazo.