O empreendedor brasileiro Guilherme Gomes prepara a chegada da OranjeBTC à B3 como a primeira companhia do país com estratégia totalmente voltada ao Bitcoin (BTC). A operação ocorrerá por IPO reverso, após a aquisição de 100% do cursinho pré-vestibular Intergraus, já listado em bolsa.
A OranjeBTC foi registrada em maio de 2025 e atua como bitcoin treasury company, mantendo 3.650 BTC em caixa — volume avaliado hoje em mais de R$ 2 bilhões. Pelo controle do Intergraus, pertencente ao grupo de educação Bioma, a empresa pagou R$ 15 milhões. A conclusão dos trâmites societários é esperada até o início de outubro, segundo Gomes.
Com passagens pela Bridgewater Associates e pela Swan Bitcoin, nos Estados Unidos, o executivo afirma que o objetivo é impulsionar a adoção do Bitcoin no mercado brasileiro em duas frentes: manutenção de uma tesouraria robusta em criptoativos e oferta de conteúdo educacional por meio de cursos, pesquisas, eventos e publicações.
Na parte financeira, a OranjeBTC pretende adotar compras recorrentes de BTC, espelhando a estratégia da norte-americana MicroStrategy, que detém 639.835 moedas — cerca de US$ 71,8 bilhões ou R$ 379 bilhões. De acordo com o site Bitcoin Treasuries, aproximadamente 190 companhias mantêm parte do caixa em Bitcoin; no Brasil, a Méliuz (CASH3) possui 605 BTC, embora não seja dedicada exclusivamente ao ativo digital.
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O empreendimento conta com nomes conhecidos do setor financeiro e de criptoativos no conselho: Eric Weiss, ex-Morgan Stanley e fundador da Blockchain Investment Group; Fernando Ulrich, sócio da Liberta Investimentos; Julio Capua, ex-sócio da XP; e Josh Levine, vice-presidente da BlackRock.
Estudos de mercado indicam que o número de investidores em ativos digitais no Brasil já supera o de aplicações em dólar, Tesouro Direto e ações, sinalizando espaço para expansão das iniciativas focadas em criptomoedas.