São Paulo, 24 de setembro de 2025 – A expansão da produção de etanol de milho não deverá gerar excedente no mercado brasileiro, apontam os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, do BTG Pactual. Para o banco, o aumento da oferta será acompanhado por uma “super demanda” capaz de absorver o volume adicional previsto para os próximos anos.
Hoje, o etanol de milho responde por 25% da produção nacional do biocombustível. Segundo a consultoria StoneX, essa fatia pode chegar a 40% em 2035. Há 29 projetos de usinas em desenvolvimento; se todos forem concluídos, a oferta desse segmento saltará dos atuais 10 bilhões de litros para aproximadamente 18 bilhões de litros.
Considerando cana e milho, a produção total de etanol no país pode atingir 45 bilhões de litros até 2029, ante 37 bilhões de litros em 2024.
Apesar do incremento na capacidade, o BTG descarta um cenário de sobreoferta. Hoje, o etanol hidratado (E96) representa cerca de 25% da energia consumida por veículos leves, enquanto mais de 70% dos motoristas mantêm a preferência pela gasolina.
Imagem: Pasquale Augusto via moneytimes.com.br
Para os analistas, o equilíbrio ocorrerá por meio de mudanças nos preços ao consumidor. Eles calculam que o valor do etanol precisaria recuar em torno de 10% para tornar o combustível mais competitivo e absorver os 8 bilhões de litros adicionais que devem chegar ao mercado.
“Os preços tendem a se ajustar naturalmente, impulsionando a demanda”, afirmam Duarte e Guttilla em relatório encaminhado a clientes.