Juros altos expõem novos riscos nos títulos do Tesouro dos EUA

Renda Fixa1 mês atrás112 pontos de vista

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Durante décadas, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos simbolizaram o principal porto seguro dos mercados globais. Esse status, porém, vem sendo questionado após a escalada das taxas desde o início da guerra tarifária promovida por Washington em abril.

Hoje, papéis de 1 e 5 anos pagam cerca de 3,6% ao ano, enquanto os de 10 anos rendem 4,0%. Nos prazos mais longos, as taxas chegam a 4,6% para 20 anos e 4,64% para 30 anos. O avanço de pouco mais de um ponto percentual em poucos meses atraiu investidores brasileiros em busca de rendimento em dólar considerado livre de risco.

Para André Moura, sócio da Nau Capital, esse movimento reflete uma reavaliação dos riscos associados à dívida americana. “A renda fixa não é fixa quando existe possibilidade de venda antes do vencimento e flutuação cambial”, afirma. Segundo ele, inflação elevada, aumento da dívida federal e desvalorização do dólar justificam o prêmio maior nas taxas.

Rendimento real apertado

Projeções de mercado indicam inflação anual de 2,9% em 2025. Nesse cenário, os títulos de curto prazo mal entregariam 1 ponto percentual de ganho real. Já os papéis longos expõem o investidor à volatilidade da marcação a mercado.

A Nau Capital simulou a compra de US$ 100 mil em títulos de 10 anos com cupom de 5% ao ano. Após três anos, o valor subiria para US$ 115 mil. Porém, se a taxa subisse a 8% no quarto ano — patamar registrado nos anos 1990 — o investidor enfrentaria desvalorização de cerca de 20%, reduzindo o montante para US$ 92 mil.

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Imagem: neofeed.com.br

Pressão cambial

A instabilidade não se limita aos juros. Em 2024, o euro avançou 14% frente ao dólar, a libra esterlina 8% e o real 15%. Com bancos centrais diversificando reservas e adquirindo ouro, Moura vê espaço para mais queda da moeda americana, cuja dívida pública já representa 120% do PIB. Economistas alertam que, ao atingir 150%, mesmo os EUA teriam dificuldade para financiar seus compromissos.

Embora o dólar deva permanecer dominante, o gestor sugere ampliar a diversificação para moedas como iene, coroa norueguesa, dólar australiano e real. Em um ambiente de incerteza crescente, a única convicção do mercado, diz ele, é a necessidade de reduzir concentrações e aceitar maior volatilidade.

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um comentário

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  • zoritoler imol

    08/10/2025 / em 12:48 Responder

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