O engenheiro civil Claudio Braga de Abreu e Silva, mestre em Administração e aposentado da BNDESPAR, divulgou um conjunto de propostas para diminuir os juros reais no Brasil e, com isso, reduzir o déficit nominal estimado em R$ 1 trilhão em 2024.
De acordo com o autor, 95% desse déficit resulta do pagamento de juros da dívida pública. Ele lembra que a dívida líquida do setor público saltou de R$ 208 bilhões, em 1995, para R$ 7,316 trilhões, em 2024 — um aumento de R$ 7,1 trilhões. No mesmo período, o superávit primário acumulado somou R$ 1,08 trilhão, o que, segundo Abreu e Silva, indica que cerca de R$ 6 trilhões do crescimento da dívida se devem aos juros reais elevados.
Para enfrentar o problema, o engenheiro sugere:
Abreu e Silva argumenta que o Plano Real de 1994 reduziu a inflação inercial de 47% ao mês para 5% ao ano, mas não eliminou a necessidade de juros altos, fator que teria alimentado a escalada da dívida pública.
Imagem: redir.folha.com.br
O engenheiro é autor do livro “O ovo de Colombo do Plano Real”, no qual relata ter apresentado, em 1993, a ideia de um indexador diário atrelado ao dólar — mais tarde batizado de URV (Unidade Real de Valor) — enviado à equipe econômica do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso e a diversas instituições.
O artigo com as novas propostas integra o blog “Políticas e Justiça”, da Folha de S.Paulo, editado por Michael França. Ao final do texto, seguindo tradição da seção, o autor indica a música “Eu te amo”, de Tom Jobim e Chico Buarque, como sugestão aos leitores.