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Economista da Vinland aponta dívida pública insustentável e juros altos no Brasil

Estratégias de investimento2 dias atrás14 pontos de vista

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O Brasil mantém uma trajetória de endividamento considerada insustentável, sustentada por taxas de juros persistentemente elevadas, afirmou o economista-chefe e sócio da Vinland Capital, Aurélio Bicalho, em participação no programa Stock Pickers, apresentado por Lucas Collazo.

Pressão fiscal limita espaço para juros menores

Bicalho lembrou que, mesmo nos anos 2000, quando a razão dívida/PIB recuava, os juros continuavam altos. Segundo ele, à época o Produto Interno Bruto (PIB) potencial crescia entre 2% e 3% ao ano, enquanto as despesas do governo avançavam cerca de 6% em termos reais. Esse descompasso teria comprimido o setor privado, tornando inevitável a manutenção de juros reais elevados.

O economista citou a experiência do teto de gastos, implementado no governo Michel Temer. Com o crescimento real das despesas próximo de zero e a substituição da TJLP pela TLP no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o país passou a se aproximar de padrões internacionais, descreveu.

Causa do problema: desequilíbrio fiscal

Para Bicalho, o debate público foca no “sintoma” dos juros altos, mas ignora a origem: o desequilíbrio das contas públicas. Ele defende programas sociais “específicos e eficientes”, voltados à mobilidade social, evitando que o gasto estatal se converta apenas em estímulo ao consumo.

“Não existe gratuidade. Qualquer expansão de despesas precisa vir de algum lugar. O fiscal atual não gera crescimento; pelo contrário, atrapalha a economia a crescer”, declarou. De acordo com ele, políticas de estímulo abusivo ao gasto pressionam a demanda privada e levam o Banco Central a manter juros elevados para equilibrar a economia.

A análise histórica, acrescentou, mostra que o juro neutro brasileiro permanece alto em razão da expansão fiscal persistente e do crédito subsidiado adotado no passado.

Influência política e cenário eleitoral

Bicalho observou que fatores políticos também impactam a percepção de risco. O chamado “fator idiossincrático” — a popularidade do presidente à margem das condições macroeconômicas — teria perdido força. Hoje, segundo ele, a avaliação do governo se assemelha à de mandatários que não conseguiram reeleição ou eleger sucessores.

Dados regionais, como o histórico de Minas Gerais, apontam desaprovação superior à aprovação, sinalizando eleição mais difícil para o atual governo federal. Pesquisas segmentadas por escolaridade indicam maior desgaste entre eleitores com ensino médio, o que pode afetar o desempenho do PT, destacou.

Economista da Vinland aponta dívida pública insustentável e juros altos no Brasil - Imagem do artigo original

Imagem: infomoney.com.br

Mercado precifica queda de juros

O economista afirmou que o mercado financeiro já começa a antecipar uma possível redução da Selic. Historicamente, lembrou, a Bolsa costuma subir cerca de três meses antes da virada do ciclo de cortes — movimento que ele já enxerga nos preços.

Fatores externos, como a perda de força do dólar e as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed), também podem favorecer os ativos brasileiros, avaliou.

Ajustes na carteira da Vinland

Diante do cenário projetado, a Vinland ajustou posições em Notas do Tesouro Nacional série B (NTNBs) de prazo mais longo, moedas estrangeiras e estratégias de Bolsa, buscando capturar valorização com juros mais baixos e mudança na política econômica.

“Nosso foco é dar retorno ao cliente. Se estivermos certos, mantemos; se estivermos errados, mudamos rápido. Não há torcida, nem paixão, só análise rigorosa”, disse Bicalho.

Segundo ele, a gestora trabalha de forma diversificada, com estratégias em crédito, macro e ações, cada uma baseada em dados históricos e projeções. “Cada posição precisa ter explicação sólida, e todos acompanham rigorosamente se o cenário previsto está se concretizando”, completou.

Bicalho ressaltou ainda a prática de decisão coletiva na Vinland, pautada por estudo e evidência, e não por autoridade ou opinião pessoal.

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