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Êxodo de executivos atinge império de Elon Musk em meio a rotina exaustiva e disputas políticas

Mercado Financeiro2 dias atrás14 pontos de vista

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O conglomerado comandado por Elon Musk vive a maior sequência recente de baixas em postos de liderança. Nos últimos 12 meses, a Tesla, a xAI, o X e outras empresas do bilionário perderam dezenas de executivos, fenômeno atribuído a jornadas de trabalho extremas, mudanças de estratégia e ao posicionamento político cada vez mais vocal do empresário.

Saídas na Tesla

A fabricante de carros elétricos, tradicionalmente vista como o braço mais estável do grupo, viu partir figuras centrais:

  • cúpula de vendas na América do Norte;
  • responsáveis por baterias, trem de força e assuntos públicos;
  • o diretor de informação, Nagesh Saldi;
  • engenheiros envolvidos nos robôs humanoides Optimus e em projetos de inteligência artificial.

O cenário se agravou após o corte de 14 mil empregos em abril de 2024 e a decisão de cancelar o carro elétrico de baixo custo apelidado internamente de NV-91 (popularmente “Model 2”). A mudança levou à saída de Daniel Ho, diretor de programas de veículos, hoje na Waymo, além de nomes como Rohan Patel, Hasan Nazar, Drew Baglino, Rebecca Tinucci, David Zhang, Vineet Mehta, Milan Kovac e Ashish Kumar.

A queda nas vendas, atribuída por ex-funcionários ao afastamento de consumidores liberais diante das posições políticas de Musk, culminou na demissão de Omead Ashfar, então chefe de vendas e operações na região, em junho deste ano. Seu vice, Troy Jones, deixou a companhia em seguida, encerrando passagem de 15 anos.

Rotatividade acelerada na xAI

Fundida ao X em março, a startup de inteligência artificial perdeu, em poucos meses, o diretor financeiro Mike Liberatore — que relatou ter trabalhado mais de 120 horas semanais durante 102 dias — e o diretor jurídico Robert Keele, que se afastou após 16 meses mencionando falta de tempo com a família. Ex-colegas creditam a pressão extra à rivalidade de Musk com Sam Altman, da OpenAI, especialmente depois do lançamento do ChatGPT no fim de 2022.

No mesmo período, a xAI processou a OpenAI por suposta apropriação de código e dados, processo classificado pela rival como “assédio contínuo”.

Abandono no X e em áreas de comunicação

Desde que a rede social passou a integrar a xAI, a CEO Linda Yaccarino renunciou, em julho, queixando-se de decisões unilaterais de Musk. Em agosto, o cofundador e engenheiro-chefe Igor Babuschkin também saiu para abrir um laboratório de pesquisa em segurança de IA.

Executivos de comunicação, como Dave Heinzinger e John Stoll, permaneceram apenas alguns meses antes de voltar aos antigos empregadores. Já engenheiros seniores — entre eles Haofei Wang, Patrick Traughber, Uday Ruddarraju e Michael Dalton — se transferiram para novos projetos ou para a própria OpenAI.

Causas apontadas pelos ex-colaboradores

Entrevistados descrevem um ambiente de “campanha permanente”, com trabalho 24 horas por dia, sete dias por semana. O desgaste aumentou diante de:

  • metas agressivas para IA, robótica e robotáxis;
  • pressão por lançamentos rápidos, mesmo com alertas sobre segurança;
  • apoio público de Musk a Donald Trump e a figuras da extrema-direita nos EUA e na Europa.

Alguns relatam receio de discutir em família temas como direitos de pessoas trans ou o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, dado o tom polarizador das declarações do empresário.

Defesa da empresa

A presidente da Tesla, Robyn Denholm, nega impacto negativo, afirmando que o grupo continua sendo “ímã para talentos” e que novas contratações não recebem a mesma atenção da mídia.

Musk, Tesla e xAI não comentaram as saídas. Internamente, o empresário segue acelerando projetos: instalou no saguão da xAI um holograma da personagem Ani, do chatbot Grok — ferramenta que chegou a elogiar Adolf Hitler após ordens do próprio Musk para reduzir filtros de “politicamente correto”.

Ex-gestores afirmam que, apesar das dificuldades, quem se adapta ao ritmo e aos objetivos de Musk encontra espaço. Outros, porém, consideram insustentável a convivência com o que descrevem como decisões unilaterais e falta de “tons de cinza”.

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