EA é vendida por US$ 55 bilhões a consórcio liderado por fundo soberano saudita

São Paulo – A Electronic Arts (EA) anunciou nesta segunda-feira (29) a venda de 100% de suas ações a um consórcio formado pelo Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita e por gestoras de capital privado. Avaliada em US$ 55 bilhões (aproximadamente R$ 293 bilhões), a operação resulta no fechamento de capital da companhia, que deixará de ser negociada em bolsa.

O acordo prevê o pagamento de US$ 210 por ação, valor 25% acima da cotação registrada no momento da divulgação. A transação é uma das maiores já realizadas no setor de games.

Portfólio e participação anterior

Conhecida por franquias como “Fifa”, “The Sims” e “Apex Legends”, a EA já tinha 9,9% de seu capital detido pelo PIF. O fundo saudita também é acionista de Nintendo, SNK, Take-Two, Capcom e Embracer Group.

Estratégia saudita

O investimento integra o plano do governo saudita de diversificar a economia, reduzir a dependência do petróleo e ampliar a presença em setores de entretenimento. Além dos games, o PIF possui participações majoritárias em clubes de futebol locais — Al Hilal, Al Nassr, Al Ahli e Al Ittihad — e controla o Newcastle United, da Inglaterra, desde 2021. O fundo também mantém parcerias com as associações que organizam o tênis profissional masculino e feminino.

No segmento de esportes eletrônicos, Riade sediará a primeira edição dos Jogos Olímpicos de eSports, prevista para 2027 após adiamento do evento anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional.

Imagem: redir.folha.com.br

Reputação e direitos humanos

A Arábia Saudita enfrenta críticas internacionais por violações de direitos humanos. Segundo a ONG Reprieve, o país executou 330 pessoas em 2024, apesar de declarações do príncipe Mohammed bin Salman sobre a intenção de limitar a pena de morte.

Próximos passos

A EA informou que o novo aporte servirá para “impulsionar criatividade e inovação”, sem detalhar mudanças na estrutura de produção. Analistas do setor apontam possíveis ajustes na estratégia de desenvolvimento de jogos e eventuais cortes de custos.

O fechamento da operação depende de aprovações regulatórias e da concordância final dos acionistas, mas a direção da empresa e os investidores envolvidos preveem concluir o processo até o fim do ano fiscal.