São Paulo – Um estudo da Hike Capital mostra que, nos últimos dez anos, a Petrobras (PETR4) entregou retorno maior em dividendos que o Banco do Brasil (BBAS3). O levantamento, elaborado pelo analista Leonardo Andreoli, considera a estratégia de reinvestimento dos proventos.
Entre 30 de setembro de 2015 e 30 de setembro de 2023, o retorno anual médio proveniente de dividendos foi de 10,8% para a petroleira, ante 9% para o banco. Nesse período, um aporte inicial de R$ 10 mil em PETR4, com reinvestimento dos dividendos, teria se multiplicado para R$ 171.938. Em BBAS3, o mesmo montante alcançaria R$ 56.238.
No recorte de cinco anos, a vantagem também fica com a Petrobras. O investimento de R$ 10 mil teria chegado a R$ 58.141, enquanto, no Banco do Brasil, o valor seria de R$ 23.036.
Para Andreoli, a Petrobras combina “fundamentos operacionais sólidos e uma base de ativos de classe mundial”, embora carregue incertezas políticas que influenciam sua precificação. A companhia iniciou um ciclo de pagamentos robustos após um processo de desalavancagem, melhoria de eficiência e recuperação de margens, superando crises de governança e endividamento elevado.
Os resultados recentes são sustentados por produção crescente no pré-sal, controle de custos e geração de caixa elevada, mesmo diante da volatilidade nos preços do petróleo.
Imagem: infomoney.com.br
Já o Banco do Brasil é descrito pelo analista como uma instituição de “balanço robusto” e indicadores de capital favoráveis em um cenário de juros altos, que amplia a margem financeira. O banco passou por ganhos de eficiência, diversificação de receitas e mantém rentabilidade em linha ou acima de pares privados, além de apresentar crescimento consistente do lucro líquido e distribuição expressiva de proventos.
No entanto, Andreoli ressalta que, por ser estatal, o Banco do Brasil carrega o risco de eventual interferência governamental em decisões de crédito e política de dividendos — risco semelhante ao da petroleira.
Com histórico de pagamentos generosos, tanto Petrobras quanto Banco do Brasil seguem como alternativas para investidores focados em renda, mas os números recentes colocam a petroleira à frente no quesito retorno de dividendos.