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Investidores correm para títulos isentos e captação de fundos de infraestrutura salta 450% no 3º trimestre

Renda Fixa34 minutos atrás6 pontos de vista

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Brasília e São Paulo, 3 de outubro de 2025 – A expectativa de mudanças na Medida Provisória 1.303/2025, chamada de MP da Isenção, desencadeou uma forte procura por papéis de renda fixa com benefício fiscal e levou os fundos de infraestrutura a captar R$ 41,1 bilhões no terceiro trimestre, montante 450% maior que o registrado entre janeiro e março e 20% acima do mesmo período de 2024.

O movimento ganhou força logo após a edição da MP, em junho, quando diversas gestoras reabriram fundos que estavam fechados. A principal motivação foi a possível perda da isenção de Imposto de Renda para Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas, o que adiantou emissões e reduziu spreads.

Emissões aceleradas

Segundo dados do CRData, do Clube FII, as ofertas de CRA avançaram 80% no terceiro trimestre em comparação com igual intervalo de 2024, totalizando R$ 13,3 bilhões. No mercado primário, as colocações mensais de títulos chegaram a R$ 10 bilhões, enquanto o secundário se manteve com pouca liquidez.

“Quem segura os papéis prefere não vender, então o mercado primário virou a principal via para alocação”, afirmou Paulo Bokel, head de crédito da Absolute Investimentos, em participação no programa Wealth Point.

Relator mantém isenção

Apesar da mobilização, o parecer final do relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), apresentado em 1º de outubro, preservou a isenção de IR para CRI, CRA e debêntures incentivadas. A decisão ocorreu após articulação liderada pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, que viabilizou apoio maciço à proposta.

A MP, que originalmente estabelecia alíquota de 5% sobre esses títulos e tributação de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), precisa ser votada até 8 de outubro para não perder validade. Uma comissão mista deve analisar o texto em 7 de outubro.

Investidores correm para títulos isentos e captação de fundos de infraestrutura salta 450% no 3º trimestre - Imagem do artigo original

Imagem: neofeed.com.br

Possível freio nas novas ofertas

Especialistas avaliam que, caso a isenção seja confirmada, o ritmo de emissões tende a arrefecer. “Parte da corrida foi motivada pela percepção de que aquela seria a última janela para aproveitar o benefício”, disse Felipe Ribeiro, diretor de investimentos alternativos do Clube FII.

Mesmo com a manutenção do incentivo para CRIs, CRAs e debêntures, ainda existe a possibilidade de tributação para LCIs e LCAs, que respondem por cerca de R$ 50 bilhões em lançamentos mensais. Caso sejam taxadas, uma parcela relevante desses recursos pode migrar para outras modalidades, impactando preços no mercado de crédito privado, segundo Pedro Breviglieri, gestor da Reach Capital.

Até que o texto seja votado nas duas casas do Congresso, emissores e investidores seguem atuando intensamente, receosos de mudanças de última hora no processo legislativo.

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