A forte desvalorização do peso argentino em 2025 ampliou o interesse dos brasileiros por viagens à Argentina. Dados da plataforma de voos Skyscanner indicam que as reservas de passagens com destino ao país vizinho cresceram 20% em agosto.
Em meados de setembro, um real passou a equivaler a 271 pesos, mínima histórica da série sem considerar a inflação. No início do ano, a cotação era de 139 pesos por real, o que significa perda de quase metade do valor da divisa argentina frente à moeda brasileira. Contra o dólar, a desvalorização acumulada é de 28% em 2025.
Entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, Ushuaia liderou a alta de reservas de passagens, com avanço de 43% e queda de 13,09% no preço médio. Em seguida aparecem:
No Booking.com, as buscas por acomodações em Buenos Aires para o feriado da Consciência Negra subiram 50% entre 1º e 25 de setembro, em comparação com o mesmo intervalo de 2024. Para a mesma data, a procura avançou 210% em Puerto Iguazú e 28% em Bariloche, enquanto recuou 39% em Mendoza e 13% em Ushuaia.
Para as celebrações de fim de ano, Bariloche registra aumento de 34% nas pesquisas, ao passo que Mendoza apresenta queda de 32%.
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A Travelex Confidence aponta crescimento de 10,7% nas operações de câmbio de reais para pesos entre janeiro e agosto, frente aos mesmos meses de 2024. O pico ocorreu em julho, com alta de 17,1%, período de alta temporada.
Para conter a saída de dólares, o Banco Central da Argentina limitou por 90 dias a venda da moeda norte-americana e de ativos atrelados ao dólar no mercado informal após aquisições em bancos ou corretoras. A medida ocorre em meio à crise do governo Javier Milei, que sofreu derrota nas eleições de Buenos Aires em setembro e registra 53,7% de reprovação, segundo a pesquisa LatAM Pulse, da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg.
Especialistas recomendam monitorar a cotação, realizar trocas de moeda em pequenas quantidades e considerar o uso de cartão pré-pago internacional. Seguro-viagem, chip ou plano de telefonia local são apontados como essenciais. Em destinos remotos, como Ushuaia, a oferta limitada de produtos pode elevar custos, e casas de câmbio são menos numerosas. Trocar dinheiro em aeroportos tende a ser desfavorável, e o uso de canais oficiais é indicado para evitar golpes de cambistas.