O preço do ouro mantém trajetória de alta e pode ultrapassar US$ 4.000 por onça entre o quarto trimestre de 2025 e o começo de 2026, segundo estimativa da State Street Investment Management.
Em relatório enviado a clientes, Aakash Doshi, diretor de estratégia para o metal precioso na gestora, atribui 75% de probabilidade de o patamar ser alcançado “na atual atmosfera de FOMO” — sigla em inglês para medo de ficar de fora dos ganhos.
O ouro completou sete semanas consecutivas de avanço, atingindo máxima histórica de US$ 3.880,8 a onça e acumulando alta superior a 47% no ano.
Entre os fatores listados por Doshi estão:
De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, o mercado aposta em reduções nas reuniões de outubro e dezembro de 2025. Para Doshi, a retomada do ciclo de corte apoia o ouro por duas vias: diminui o custo de oportunidade de manter um ativo sem rendimento e pode provocar inclinação de alta na curva de Treasuries, movimento normalmente negativo para o dólar.
O estrategista observa que a moeda norte-americana caminha para a maior queda anual desde a década de 1970 frente aos principais parceiros comerciais dos EUA.
Imagem: Suzanne O via foxbusiness.com
Os fundos de índice (ETFs) lastreados em ouro receberam, em 2025, o maior volume de recursos dos últimos cinco anos. Mesmo assim, o estoque físico total permanece abaixo do pico registrado na pandemia, o que, segundo Doshi, sugere espaço para novas compras.
O SPDR Gold Trust, maior ETF lastreado em ouro físico, registrou entradas semanais contínuas de 15 de setembro até o fim do mês, de acordo com dados do ETF.com.
Entre os veículos que mais se valorizaram no ano estão:
Para a State Street, a continuidade dos aportes em ETFs pode apertar ainda mais a relação entre oferta e demanda e sustentar novas máximas de preço.