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Governo recompõe base na CPI do INSS, bloqueia convocações e busca maior influência no colegiado

Mercado Financeiro39 minutos atrás6 pontos de vista

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O bloco aliado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recompôs sua articulação na CPI que apura descontos irregulares em benefícios do INSS e contabiliza três vitórias consecutivas em votações de requerimentos. Com até 19 dos 32 votos do colegiado, os governistas pretendem usar a vantagem para frear convocações consideradas prejudiciais ao Planalto e para pautar depoimentos de nomes ligados ao governo Jair Bolsonaro (PL).

A recomposição ocorre depois de o grupo de Lula ter perdido o controle da cúpula da comissão. A presidência ficou com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), eleitos por articulação da oposição. Na eleição interna, Viana superou o senador governista Omar Aziz (PSD-AM) por 17 votos a 14.

Vitórias recentes

Na quinta-feira (2), os aliados do governo impediram, por 16 votos a 14, a convocação de Edson Claro Medeiros, ex-funcionário de Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, principal personagem do escândalo. O relator Alfredo Gaspar alegou que Medeiros estaria disposto a colaborar e teria sido ameaçado, mas o requerimento acabou retirado pelo deputado governista Rogério Correia (PT-MG) e, em seguida, rejeitado.

No mesmo dia, o grupo conseguiu retirar de pauta, sem votação, pedidos de convocação de diretores da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), entidade historicamente ligada ao PT.

Uma semana antes, em 25 de setembro, os governistas já haviam barrado duas convocações: a de Gustavo Gaspar, ex-assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA), e a do empresário Silas Bezerra Alencar, apontado como ligado à Contag. Naquela ocasião, o placar foi de 19 a 11.

Quebras de sigilo e riscos políticos

Apesar da nova correlação de forças, a CPI continua a representar risco para o Palácio do Planalto. Nas primeiras semanas de funcionamento, o colegiado aprovou quebras de sigilo de pelo menos 165 pessoas físicas e jurídicas. Segundo o presidente Carlos Viana, esses documentos “são os mais importantes” para a investigação.

Governo recompõe base na CPI do INSS, bloqueia convocações e busca maior influência no colegiado - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Os relatórios resultantes das quebras começaram a chegar à comissão e podem impulsionar os trabalhos, dependendo das informações encontradas. Paralelamente, a base governista monitora cada requerimento para evitar convocações que possam desgastar a administração Lula.

Mesmo buscando blindagem, os aliados do presidente pressionam para agendar depoimentos de ex-gestores do Ministério da Economia e de outros órgãos da gestão Bolsonaro, tentativa de contrapor o foco das investigações.

Com a maioria ainda considerada instável—titulares ausentes costumam ser substituídos por suplentes—, o governo avalia caso a caso antes de levar requerimentos ao voto.

A CPI do INSS foi instalada para apurar fraudes em descontos aplicados a aposentados e pensionistas. O colegiado reúne 32 parlamentares, entre senadores e deputados, e não tem prazo definido para concluir os trabalhos.

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