Dólar inicia quarta-feira em leve alta com mercado à espera da ata do Fed

O dólar abriu esta quarta-feira (8) com valorização de 0,18%, cotado a R$ 5,3599 às 9h03, em meio à expectativa pela divulgação, ainda nesta tarde, da ata da mais recente reunião do Federal Reserve.

O documento deverá indicar se o banco central norte-americano planeja novos cortes na taxa de juros, após a redução anunciada em 17 de setembro, que levou os juros dos Estados Unidos ao intervalo de 4% a 4,25%.

Na véspera, a moeda norte-americana encerrou o pregão em alta de 0,75%, a R$ 5,350. O movimento acompanhou o avanço de 0,52% do índice DXY, que compara o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas.

B3 recua e MRV lidera perdas

No mercado acionário, o Ibovespa caiu 1,56%, a 141.356 pontos, puxado pelas ações da MRV, que reagiram negativamente à geração de caixa do terceiro trimestre.

MP 1.303 e tarifa zero no radar interno

No âmbito doméstico, investidores acompanham a votação da Medida Provisória 1.303, que eleva tributos. O texto, aprovado em comissão mista por 13 votos a 12 na noite de terça-feira (7), precisa ser analisado no plenário da Câmara ainda hoje para não perder validade, e depois seguirá para o Senado.

A proposta isenta casas de apostas da alta tributária e mantém benefícios fiscais para títulos imobiliários e do agronegócio, estimando arrecadação adicional de R$ 17 bilhões em 2026, segundo o governo.

Também pesa no humor do mercado a discussão sobre tarifa zero no transporte público. Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o tema pode integrar a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 e que um estudo técnico está em elaboração.

Imagem: redir.folha.com.br

Agenda de Haddad nos Estados Unidos

Haddad disse ainda esperar uma reunião nesta semana com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em Washington, onde participa de encontros do G20, do Banco Mundial e do FMI.

Na segunda-feira (6), Lula e o ex-presidente Donald Trump conversaram por telefone sobre economia e comércio e sinalizaram a intenção de um encontro presencial em breve.

Shutdown americano aumenta aversão ao risco

No cenário externo, a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, iniciada em 1º de outubro, mantém agências federais fechadas e adia a divulgação de dados econômicos, como o relatório de emprego (“payroll”).

Segundo analistas, a falta de indicadores oficiais pode influenciar as próximas decisões de política monetária do Fed, cuja reunião está marcada para 28 e 29 deste mês. Na última reunião, em setembro, a maioria dos dirigentes projetou cortes de 0,25 ponto percentual nas reuniões de outubro e dezembro.

Com a incerteza, investidores buscam ativos considerados mais seguros, como dólar e títulos do Tesouro americano.