Washington – O Federal Reserve divulgou nesta quarta-feira a ata da reunião de política monetária realizada em setembro, na qual dirigentes reiteram a meta de levar a inflação de volta a 2% mesmo projetando reduções adicionais da taxa básica ainda neste ano.
Na reunião de setembro, o Federal Open Market Committee (FOMC) reduziu o intervalo do federal funds rate em 25 pontos-base, para 4%–4,25%. Foi o primeiro corte de 2025, adotado em um cenário de inflação acima da meta.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrou alta anual de 2,9% em agosto, enquanto o índice de despesas de consumo pessoal (PCE) subiu 2,7%. Em abril, essas leituras eram de 2,3% e 2,2%, respectivamente.
Conforme a ata, “a maioria dos participantes” vê riscos ascendentes para a inflação, citando incertezas sobre o impacto de tarifas, possibilidade de persistência das pressões de preços mesmo após o efeito dessas tarifas e eventual alta das expectativas de longo prazo.
O documento aponta que as tarifas impostas neste ano adicionaram pressão aos preços, embora de forma mais branda que o esperado. A avaliação geral é de que a inflação estaria mais próxima da meta sem esse fator. A maior parte dos dirigentes estima que o impacto das tarifas será plenamente sentido até o fim do próximo ano.
Alguns membros ponderaram que a inflação mais alta poderia justificar a manutenção dos juros. Apesar disso, prevaleceram sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, como ritmo reduzido de contratações e demissões, geração de vagas concentrada em poucos setores e aumento do desemprego entre jovens e afro-americanos.
Após o corte de setembro, “quase todos os participantes” consideraram que o Comitê está bem posicionado para agir rapidamente diante de novos desdobramentos econômicos.
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O governador Stephen Miran, em sua primeira participação no FOMC depois de confirmado no cargo, foi o único a votar por uma redução maior, de 50 pontos-base.
A ata revela visões diversas: a maioria julga adequado afrouxar a política monetária mais uma vez neste ano, enquanto alguns observam que as condições financeiras podem não estar suficientemente restritivas, recomendando cautela.
Ferramenta do CME Group aponta probabilidade de novos cortes de 25 pontos-base nas reuniões de fim de outubro e de meados de dezembro.
Para Jeffrey Roach, economista-chefe da LPL Financial, as tarifas “manterão pressão de alta sobre a inflação no curto prazo”. Ele estima que a inflação só voltará à meta no fim de 2027, com melhora já em 2026, e projeta dois cortes adicionais este ano e uma pausa na reunião de janeiro de 2026.