Um homem de 31 anos morreu na noite de segunda-feira (13) após colidir o sedã elétrico Xiaomi SU7 que conduzia em Chengdu, no sudoeste da China. Segundo comunicado da polícia local, o motorista, identificado apenas pelo sobrenome Deng, dirigia embriagado quando bateu em outro veículo, atingiu o canteiro central e o carro pegou fogo.
Testemunhas tentaram retirar Deng do automóvel, mas não conseguiram abrir as portas operadas eletronicamente antes que as chamas se alastrassem, de acordo com vídeos publicados na rede social Weibo. Autoridades não divulgaram o modelo envolvido, porém relatos da imprensa chinesa apontam para o SU7.
As ações da Xiaomi recuaram até 8,7% na sessão de segunda-feira, a maior desvalorização desde abril, e fecharam com parte das perdas recuperadas. A companhia não comentou o episódio.
O caso reacende a discussão sobre maçanetas embutidas que dependem de energia para destravar. Especialistas alertam que, quando a bateria é danificada em uma colisão, portas podem permanecer trancadas a menos que o botão de liberação manual seja localizado — algo nem sempre óbvio para quem está fora do veículo.
Em setembro, a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA) abriu investigação sobre as maçanetas do Tesla Model Y. Na China, um regulador avalia proibir projetos totalmente ocultos.
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Em março, outro acidente fatal com um SU7 em rodovia chinesa já havia pressionado as ações da Xiaomi e levantado questionamentos sobre sistemas de direção inteligente e sobre a mesma solução de maçanetas eletrônicas.
Para o estrategista Kenny Ng, da China Everbright Securities International, a afirmação da polícia de que o motorista estava alcoolizado pode limitar o dano imediato à imagem da empresa, embora o ambiente de mercado continue frágil. Ele avalia que recuos até a média móvel de 250 dias podem atrair compradores interessados na estratégia de longo prazo da Xiaomi em veículos elétricos e smartphones.
Mesmo com manuais prevendo mecanismos de emergência, usuários do Weibo questionam a eficácia do recurso quando socorristas não conhecem o layout interno do carro. O assunto deve ganhar novo fôlego à medida que autoridades analisam normas de segurança para modelos eletrificados.