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Títulos da Raízen caem 19% em uma semana e aumentam pressão sobre mercado de crédito

Estratégias de investimento15 minutos atrás6 pontos de vista

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Os bonds da Raízen, maior produtora de biocombustíveis do Brasil, recuaram quase 19% na última semana, acentuando a preocupação de investidores com a saúde financeira de empresas altamente endividadas no país.

Os papéis em dólar de US$ 1 bilhão com vencimento em 2035 atingiram mínimas históricas antes de recuperarem parte das perdas nesta terça-feira (14). Por volta das 12h, os títulos subiram pouco mais de 4 centavos por dólar, com rendimento próximo de 9% ao ano.

Desconfiança se espalha

A queda dos títulos da Raízen ocorre em meio a um movimento mais amplo de fuga de risco após prejuízos registrados com Ambipar e Braskem. Gestores também observam a situação do Banco Master, que busca reforço de capital depois de exposição acima do esperado a ativos de maior risco.

Ian McCall, sócio da First Geneva Capital Partners, descreveu o clima como de “atirar primeiro e perguntar depois” diante de qualquer sinal de dificuldade.

Pressão sobre números da companhia

No trimestre encerrado em 30 de junho, a Raízen consumiu R$ 7 bilhões de caixa. A dívida líquida avançou 56% em 12 meses, alcançando R$ 49,2 bilhões. O custo de serviço da dívida foi de R$ 1,62 bilhão, equivalente a cerca de 86% do lucro antes de juros e impostos no período.

Na sexta-feira (10), a empresa informou não ter planos de reestruturar passivos e destacou posição de caixa de R$ 15,7 bilhões, além de acesso a US$ 1 bilhão em linhas rotativas. A companhia confirmou ainda discussões para uma injeção de capital, sem detalhar prazos.

Apesar de ter vendido ativos para reduzir alavancagem, investidores questionam se as iniciativas serão suficientes. Em agosto, a Cosan descartou novos aportes na controlada.

Rating sob vigilância

A Raízen mantém grau de investimento, com nota BBB pela Fitch Ratings e pela S&P Global Ratings, dois degraus acima do nível especulativo. As duas agências, contudo, sustentam perspectiva negativa.

Flávia Bedran, analista da S&P, afirmou que a revisão do rating poderá ocorrer se a alavancagem permanecer acima de 2,5 a 3 vezes por até 18 meses.

Com o recuo recente, McCall avalia que os títulos “ficaram baratos” e já ingressam em território high yield, o que pode atrair novos compradores apesar do ambiente de maior cautela.

Os bonds corporativos brasileiros acumulam queda de 7% no último mês, desempenho pior que o recuo de 0,5% de um índice mais amplo de emergentes, refletindo a mudança de humor que também atinge mercados como o da Turquia.

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