Isenção fiscal e cenário de juros mantêm LCI e LCA no radar dos investidores de renda fixa

Estratégias de investimento12 horas atrás9 pontos de vista

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As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) continuam ganhando espaço entre os produtos de renda fixa procurados por investidores que buscam segurança e rendimento superior ao de aplicações tradicionais. Os títulos, isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, são emitidos por bancos para financiar, respectivamente, os setores imobiliário e agrícola.

Três modelos de remuneração

Segundo o analista de alocação e research da Rico, Antônio Sanches, LCIs e LCAs podem apresentar três formatos de rentabilidade:

Pós-fixado: acompanha o CDI e concentra a maior parte das emissões de curto prazo, com retorno em torno de 90% a 93% do CDI.

Prefixado: oferece taxa fixa definida no momento da aplicação, garantindo previsibilidade ao investidor.

Híbrido (IPCA+): combina ganho real acima da inflação, somando uma parcela fixa ao IPCA, indicado para prazos mais longos.

O que determina as taxas

O rendimento final de cada título depende de vários fatores, entre eles:

  • Curva futura da Selic: expectativa de juros mais altos eleva as taxas de novas emissões, especialmente em prefixados e IPCA+; projeções de queda geram recuo nos retornos.
  • Demanda por papéis isentos: maior procura permite aos bancos reduzir o spread, comprimindo a remuneração oferecida.
  • Risco de crédito do emissor: instituições financeiras mais sólidas pagam menos, pois oferecem maior segurança.

Comparação com outros investimentos

Para avaliar se o ganho líquido supera o de um CDB ou outro título tributado, Sanches recomenda o cálculo de Gross Up, que converte a rentabilidade isenta em equivalente bruto. Exemplo: uma LCI que rende 94% do CDI corresponde a 110,6% do CDI em um CDB tributado a 15%.

Principais vantagens

  • Isenção de IR para pessoa física;
  • Cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e por instituição;
  • Baixo risco, por serem lastreadas em créditos imobiliários ou do agronegócio;
  • Diversificação setorial dentro da carteira.

Pontos de atenção

A maior limitação desses títulos é a liquidez. Na maioria dos casos, o resgate só pode ser feito no vencimento. Alguns bancos oferecem versões com liquidez diária, porém com remuneração inferior. Há ainda variação expressiva entre taxas de diferentes emissores; por isso, avaliar prazo, risco de crédito e lastro é essencial.

O analista também lembra que a isenção fiscal pode ser revisada no futuro. Caso ocorra mudança na tributação, novas emissões deverão apresentar taxas mais altas para compensar o imposto.

Recomendações básicas

  • Definir objetivos e prazos antes de escolher o tipo de indexação;
  • Comparar rendimento bruto e líquido, utilizando o Gross Up;
  • Verificar cobertura do FGC e evitar ultrapassar o limite de R$ 250 mil por instituição;
  • Diversificar emissores e setores para reduzir riscos.

Ao alinhar prazo, cenário de juros e perfil de risco, LCIs e LCAs podem oferecer uma combinação de segurança e rentabilidade difícil de encontrar em outros produtos de renda fixa.

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