O governador do Federal Reserve, Stephen Miran, afirmou nesta quinta-feira (17) que as tarifas comerciais adotadas pelo presidente Donald Trump não têm provocado efeitos significativos sobre o ritmo de expansão econômica nem sobre a alta de preços nos Estados Unidos.
Durante participação no World Economy Summit, organizado pelo Semafor, Miran declarou não haver “sinais materiais” de desaceleração do Produto Interno Bruto nem de pressões inflacionárias decorrentes das medidas tarifárias.
Questionado sobre o risco de os consumidores arcarem com custos maiores caso as empresas repassem as taxas de importação, o dirigente considerou essa possibilidade improvável. Segundo ele, os importadores podem redirecionar compras para países com acordos mais vantajosos ou ampliar a produção interna, enquanto fábricas estrangeiras “ficam presas” em seus locais de origem.
Miran está licenciado de seu cargo de assessor econômico na Casa Branca para cumprir mandato no conselho do Fed, que termina em janeiro. A expectativa é de que ele retorne ao governo logo em seguida, reforçando a linha defendida por Trump de utilizar tarifas como instrumento de correção de desequilíbrios comerciais.
Os comentários surgem no momento em que o governo federal registra arrecadação histórica com taxas de importação. Somados, agosto e setembro renderam US$ 62,6 bilhões aos cofres públicos. No ano fiscal de 2025, a receita total com tarifas atingiu US$ 215,2 bilhões, de acordo com dados do Departamento do Tesouro divulgados em 30 de setembro.
Imagem: Amanda Macias FOXBusiness via foxbusiness.com
A legalidade da política comercial de Trump está sob análise da Corte Suprema. Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, disse esperar “vitória definitiva” no tribunal. O próprio presidente declarou na quarta-feira (16) que estuda comparecer à audiência de novembro e classificou o processo como “um dos mais importantes da história do país”. Segundo ele, um revés judicial deixaria os Estados Unidos “enfraquecidos e em dificuldades financeiras por muitos anos”.
Trump, que já chamou as tarifas de questão de segurança nacional, reiterou em 7 de outubro que o país havia sido “o rei de ser prejudicado” por desequilíbrios comerciais e não permitiria mais ser explorado por outras nações.