O ouro voltou a ganhar espaço nas carteiras de investimento em meio a um ambiente de inflação persistente, perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos e aumento das tensões geopolíticas. O movimento, segundo especialistas, reforça o papel do metal como ativo de segurança em momentos de incerteza.
De acordo com Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP, quatro elementos explicam a recente alta:
• Inflação global: pressões de preços permanecem elevadas mesmo após a pandemia.
• Juros nos EUA: a expectativa de redução das taxas reais tende a favorecer o ouro.
• Compras de bancos centrais: volumes recordes de aquisição de ouro físico sustentam a demanda.
• Geopolítica: conflitos e risco de sanções levam países a diversificar reservas.
Sgavioli lembra que, historicamente, o ouro se destaca em cenários de instabilidade. Nos anos 1970, por exemplo, a cotação saltou de cerca de US$ 50 para US$ 800 por onça-troy.
O especialista recomenda alocar entre 3% e 10% do portfólio em ouro, conforme o perfil de risco e a exposição internacional de cada investidor. “O metal é um instrumento de proteção global, não local”, afirma. Embora ajude a mitigar choques de inflação e crises políticas, o ouro não gera renda, diferentemente de títulos que pagam juros ou ações que distribuem dividendos.
Benefícios:
• Proteção contra inflação mundial e desvalorização cambial;
• Diversificação em períodos de crise;
• Oferta limitada, o que tende a preservar valor no longo prazo.
Imagem: Akos Stiller via infomoney.com.br
Limitações:
• Ausência de rendimento contínuo;
• Dificuldade de estimar preço justo;
• Risco de menor liquidez em alguns instrumentos.
Para Sgavioli, enquanto os juros reais norte-americanos permanecerem em queda e o cenário geopolítico seguir tenso, o metal precioso deve continuar favorecido. Ele frisa, porém, que a estratégia envolve diversificação, e não uma “corrida pelo ouro”.
Com o objetivo de orientar investidores, InfoMoney e XP disponibilizam gratuitamente o guia “Aprenda a Investir em Ouro”, que detalha formas de inserir o ativo na carteira.