Entidade alvo da CPI do INSS repassou R$ 176 milhões a consultorias ligadas a dirigentes

Mercado Financeiro10 minutos atrás7 pontos de vista

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Brasília – O Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), um dos focos da Comissão Parlamentar de Inquérito do INSS, transferiu R$ 176 milhões a empresas de consultoria controladas por integrantes ou ex-integrantes de sua direção. Os valores constam de relatório sigiloso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) encaminhado aos parlamentares.

Empresas criadas pouco antes de convênio

As companhias que receberam os recursos foram abertas poucos meses após a Amar Brasil obter, em agosto de 2022, autorização para descontar valores diretamente de aposentadorias e pensões. Quatro delas registraram endereço no oitavo andar de um prédio em Barueri (SP), segundo dados da Receita Federal.

Fluxo de recursos

Entre novembro de 2022 e abril de 2025, a entidade presidida por Américo Monte recebeu R$ 324,6 milhões do INSS. No mesmo intervalo, direcionou:

• R$ 38,2 milhões à AMJ Security, de Américo Monte Jr. (aberta em 9.dez.2022);
• R$ 44,9 milhões à EMJC Serviços, de Felipe Macedo Gomes (8.dez.2022);
• R$ 40 milhões à ADV Serviços Administrativos, de Anderson Cordeiro de Vasconcelos (8.dez.2022);
• R$ 24,4 milhões à MKT Connection Group, de João Carlos Camargo Jr. (12.dez.2022);
• R$ 28,5 milhões à JBG Serviços de Apoio Administrativo, de José Branco Garcia (9.dez.2022).

Gomes presidiu a Amar Brasil de abril a junho de 2022 e representou a entidade na assinatura do convênio com o INSS. Ele, Monte Jr. e Vasconcelos também foram sócios na Karios Representações, aberta em outubro de 2023 e encerrada em fevereiro de 2024.

Dúvidas sobre prestação de serviços

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) anexado à investigação da Polícia Federal questiona a capacidade da Amar Brasil de oferecer benefícios aos associados. Segundo o documento, a entidade não possuía filiais e chegou a ficar cerca de um ano sem empregados formais.

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Imagem: redir.folha.com.br

Defesas

O advogado Rogério Cury, que representa Monte Jr., Gomes e Vasconcelos, afirmou em nota que todas as atividades de seus clientes “são executadas com ética, transparência e profissionalismo” e que os pagamentos “foram devidamente declarados às autoridades competentes”.

A reportagem não conseguiu contato com os defensores de Américo Monte, João Carlos Camargo Jr. e José Branco Garcia, nem com a própria Amar Brasil.

Suspeita de descontos sem autorização

Entidades como a Amar Brasil mantêm convênios com a Previdência para realizar abatimentos autorizados pelos beneficiários em troca de serviços. A CPI e a Polícia Federal apuram suspeitas de que essas cobranças estariam sendo feitas sem o consentimento de aposentados e pensionistas.

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