Canela (RS) – O Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences, empreendimento de alto padrão localizado na Serra Gaúcha, estuda a criação de um fundo de investimento imobiliário (FII) para ampliar o acesso de pessoas físicas ao mercado de hotelaria de luxo no Brasil. A informação foi confirmada por José Paim, fundador da incorporadora Rossi e um dos responsáveis pelo projeto.
Paim afirmou que “provavelmente” será estruturado um FII ligado ao hotel, permitindo que parte dos apartamentos seja incorporada ao fundo enquanto outra parcela permanece à venda em regime tradicional ou de propriedade fracionada. O objetivo é oferecer ao investidor de varejo uma alternativa de “renda alta e rentabilidade consistente”, disse o executivo.
O Kempinski Laje de Pedra passou por um retrofit completo e, agora, opera sob a bandeira da rede europeia Kempinski. Inaugurado no fim da década de 1970, o hotel ficou conhecido por sediar eventos como a assinatura do Tratado do Mercosul.
Segundo Paim, FIIs de renda imobiliária costumam entregar entre 6% e 8% ao ano, enquanto operações hoteleiras de luxo em destinos consolidados tendem a gerar margens superiores. Ele destaca ainda a isenção de Imposto de Renda para cotistas pessoas físicas e a liquidez das cotas negociadas em bolsa.
Para José Ernesto Marino Neto, especialista em investimentos hoteleiros e sócio do empreendimento, Gramado e Canela reúnem fatores que sustentam a demanda: controle rigoroso sobre novos projetos, mercado maduro e fluxo turístico estável. A região recebe quase 10 milhões de visitantes por ano, ocupa a terceira posição entre os destinos mais procurados do país e registra crescimento anual acima de 10% há 15 anos, segundo o executivo.
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Os preços refletem essa atratividade. O metro quadrado em Gramado parte de R$ 19 mil, patamar comparável ao de imóveis de luxo em grandes capitais, observa Marino Neto.
No Laje de Pedra, parte das unidades foi comercializada integralmente, enquanto outra fração – em cotas equivalentes a 25% de cada apartamento – é oferecida por cerca de R$ 500 mil. Cada cota dá direito ao uso do imóvel durante 12 semanas ao ano. Quem optar por não se hospedar pode integrar o apartamento ao pool de locação, com rentabilidade estimada em 12% anuais.
Paim avalia que a hotelaria de luxo nacional está em fase inicial de expansão. Para ele, o Brasil reúne natureza, gastronomia e experiências únicas capazes de reter o público de alta renda que tradicionalmente buscava destinos no exterior.